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“Queremos máquinas e pessoas mais especializadas”, pede irmã de mineiro preso no México

Treze dias após a tragédia, a angústia continua para os familiares dos dez trabalhadores que estão presos desde o desabamento de uma mina de carvão em Sabinas, no estado mexicano de Coahuila. Os familiares se revezam dia e noite nos portões da mina e pedem equipamento mais especializado, além de profissionais capacitados para este tipo de operação de resgate.

Voluntários drenaram a água em mina de carvão inundada onde mineiros ficaram presos, no estado de Coahuila, no México.
Voluntários drenaram a água em mina de carvão inundada onde mineiros ficaram presos, no estado de Coahuila, no México. AP - Alfredo Lara
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Por Carlos Pizarro, correspondente da RFI no México

"Muitos dias se passaram. [Os socorristas] nos dizem: 'vamos descer, a água está descendo, as máquinas isso, as máquinas aquilo'. É uma espera muito difícil. Por isso levantamos nossas vozes no sábado (13), reunimos seis famílias e fomos à mídia pedir ajuda. Pedimos mais maquinário', conta à RFI Perla Martinez, irmã de Jorge Luis Martínez Valdez, um dos mineiros vítimas do acidente.

Mesmo a longa espera e as condições desfavoráveis não tiram a esperança dessa mexicana de rever seu irmão: "A esperança é antes de tudo em Deus. Mas agora há menos esperança de que eles estejam vivos. Muitos dias já se passaram".

"Temos medo que abandonem [a operação]. Não queremos isso. Eles dizem: 'vamos ficar aqui, vamos tirá-los, mas nos deem tempo'. Na segunda-feira, havia a possibilidade de entrar porque tinha menos de um metro de água. Mas eles não desceram. Não desceram! Por isso estamos pedindo ajuda. Queremos mais maquinário, pessoas mais experientes que não tenham medo de descer [para resgatá-los]. Nós, como eles, sabemos que é perigoso, mas com todo o equipamento necessário, eu sei que eles se atreveriam a descer, então nos arriscamos a pedir ajuda por meio da imprensa”, diz. 

Pasta de Conchos

Perla e outros familiares criticam a postura do presidente mexicano, López Obrador, durante sua visita ao local do acidente.

"Bom, ele esteve aqui, mas não falou o que tinha que falar, não conseguiu dar ânimo e encorajamento. A gente não quer que todo mundo chore, mas que nos dê esperança de que não irá acontecer aqui a mesma coisa que [ocorreu] em Pasta de Conchos", afirma.

Perla se refere ao desastre ocorrido na mina de carvão de Pasta de Conchos, perto de Nueva Rosita, também no município de San Juan de Sabinas, em 2006. Na época, 65 mineiros morreram soterrados nas instalações administradas pelo Grupo México, maior mineradora do país.

Desde então, familiares exigem esclarecimentos sobre o acidente. Apenas depois que o caso passou pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o governo mexicano foi obrigado a iniciar uma escavação exaustiva com a intenção de procurar os corpos. A operação deve ser concluída em agosto de 2024.

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