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Presidentes da Venezuela e da Colômbia se encontram pela primeira vez desde retomada de relações bilaterais

Os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da Venezuela, Nicolas Maduro, se reunem nesta terça-feira (1º) em Caracas, no primeiro encontro entre os dois chefes de estado desde o restabelecimento das relações depois de três anos de ruptura diplomática.

O presidente colombiano Gustavo Petro na tribuna da ONU durante a 77a sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York, em 20 de setembro de 2022.
O presidente colombiano Gustavo Petro na tribuna da ONU durante a 77a sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York, em 20 de setembro de 2022. Getty Images via AFP - MICHAEL M. SANTIAGO
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"Talvez seja o primeiro encontro entre presidentes em muitos anos, seis anos de vácuo político entre dois vizinhos, Colômbia e Venezuela", disse Petro em um aeroporto militar em Bogotá antes de partir para a capital venezuelana.

"Obviamente, há muito o que falar depois de tanto tempo", continuou ele, "não viajo para a Venezuela há quase uma década". "Falaremos em uma agenda aberta, várias questões serão abordadas", como relações comerciais, migração e o reingresso da Venezuela no Sistema Interamericano de Direitos Humanos, segundo adiantou seu gabinete na segunda-feira.

Desde que assumiu o poder em agosto, Petro já mencionava retomar as relações bilaterais, rompidas em 2019 depois que seu antecessor, Iván Duque (2018-2022), reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como "presidente encarregado" da Venezuela ao considerar a reeleição de Maduro, um ano antes, "fraudulenta".

A visita de Petro será a primeira oficial de um presidente colombiano a Caracas em quase uma década.

Migrantes

Uma das primeiras grandes decisões na reaproximação Caracas-Bogotá foi a reabertura da fronteira binacional de 2.200 km para o transporte de mercadorias em setembro, com passagem restrita desde 2015 e totalmente bloqueada desde 2019.

Ao longo do caminho, o comércio entre Venezuela e Colômbia, que atingiu US$ 7,2 bilhões por ano há 14 anos, despencou para 400 milhões, em 2021. A Câmara de Integração Colombiana-Venezuelana (CAVECOL) estima que a retomada do trânsito fronteiriço poderia ajudar a atingir US$ 1,2 bilhão este ano.

Petro também especificou que abordará com Maduro "a dignificação das migrações tanto de colombianos na Venezuela, que são milhões, quanto de venezuelanos na Colômbia".

Mais de 7 milhões de venezuelanos deixaram seu país desde 2014, segundo a ONU, e cerca de 2,5 milhões estão na Colômbia, como parte de uma política de braços abertos de Duque com a migração maciça venezuelana, que fez parte de seu apoio a Guaidó.

"Petro decide hoje visitar o ditador Maduro e chamá-lo de 'presidente', uma ação que pode normalizar perigosamente as violações de direitos humanos que apontam Maduro como responsável pela cadeia de comando e pela pior crise migratória do mundo", criticou Guaidó no Twitter.

Triunfos da esquerda

Petro disse que "assuntos da agenda mais americana" também serão abordados. "A questão da floresta amazônica, a questão da construção democrática da América, com as mudanças políticas que estão ocorrendo e que, na minha opinião e é minha proposta, devem consistir no fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos", apontou.

Os triunfos da esquerda na região, por sua vez, melhoram o cenário político internacional para Maduro.

O presidente venezuelano disse, nesta segunda-feira, que conversou por telefone com o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para "retomar a agenda de cooperação binacional", semiparalisada durante o governo de Jair Bolsonaro.

As relações com Argentina e Peru também se normalizaram com a chegada de governantes de esquerda em seus países.

(Com informações da AFP)

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