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“Não existem palavras para descrever”, diz moradora de Viña del Mar sobre incêndios no Chile

O Chile vive seu segundo dia de luto nacional nesta terça-feira (6), em memória das 123 vítimas dos incêndios devastadores que atingem as regiões centro e o sul do país. Centenas de pessoas estão desaparecidas e milhares tiveram que abandonar suas casas e estão desabrigadas. A maioria dos incêndios está sob controle, mas novos focos apareceram nas últimas horas. Moradores tentam agora limpar os escombros das casas destruídas pelo fogo.

Moradores fazem uma pausa enquanto limpam os escombros de casas queimadas depois que incêndios florestais que atingiram Viña del Mar, no Chile, domingo, 4 de fevereiro de 2024.
Moradores fazem uma pausa enquanto limpam os escombros de casas queimadas depois que incêndios florestais que atingiram Viña del Mar, no Chile, domingo, 4 de fevereiro de 2024. AP - Cristobal Basaure
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Novos incêndios ainda são registrados e diversos focos continuam ativos, mas o maior deles, que atingiu a cidade de Viña del Mar e região, está sob controle.

Nas colinas da cidade, bairros inteiros foram destruídos pelas chamas. Os habitantes agora tentam limpar os escombros e as áreas queimadas, sem esquecer o pesadelo que atravessaram.

“Não existem palavras para descrever isso”, disse Judith, que veio ajudar a filha que perdeu a casa.

“De repente ela viu uma fumaça escura. ‘Temos que ir embora, temos que ir embora’. Ela pegou seus dois bebês, seu cachorro e saiu com a roupa do corpo”, contou à RFI.

Outras pessoas ficaram presas porque o fogo chegou muito rápido, impedindo que fugissem, conta Miguel. “As pessoas morreram de ataque de pânico, asfixiadas. Eu vi as pessoas morrendo”, relata.

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Ajuda dos vizinhos

Com os braços sujos de cinzas e com uma pá, Matias conta que estava no trabalho quando sua casa queimou. Ele ficou em choque quando viu o estrago.

“Eu comecei a chorar. É uma casa que construímos há muito tempo. Nós que fizemos tudo, do piso até o telhado. Demoramos muito”, lamenta.

Por ora, nem a prefeitura, nem o governo prestaram assistência, porque as zonas atingidas são muitas. Os moradores de outras cidades levam ajuda e distribuem mantimentos.

“Ainda não chegou uma ajuda sistemática, organizada por parte do governo. Com a magnitude que foi essa catástrofe, é difícil chegar a todos os lugares e como você vê, o acesso é difícil, é estreito para os furgões”, explica Esteban, cujos pais perderam a casa.

“O fogo subiu super rápido e em poucos minutos já não deixava ver nada. Uma escuridão tremenda”, conta.

“Você pode ver que são somente ladeiras muito próximas, então a propagação do fogo é fácil quando o vento é forte. Nesse dia, todas as condições climáticas estavam reunidas para que isso acontecesse e foi difícil. A gente saiu correndo gritando tentando salvar os animais, as pessoas idosas da família”, diz.

“Mas somos vizinhos há anos, isso faz com que a ajuda esteja bem consolidada e estamos trabalhando em equipe, para que a gente saia com mais força disso”, afirma.

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