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Juiz de Nova York multa Donald Trump em US$ 355 milhões por fraude fiscal

Um juiz de Nova York anunciou na sexta-feira (16) uma multa ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quase US$ 355 milhões e o proibiu de administrar seus negócios por três anos, segundo a sentença.

Donald Trump participa de audiência no Tribunal de Nova York, em 15 de fevereiro de 2024.
Donald Trump participa de audiência no Tribunal de Nova York, em 15 de fevereiro de 2024. © Jefferson Siegelon Siegel / AP
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"O Tribunal proíbe Donald Trump de atuar como funcionário ou diretor de qualquer corporação de Nova York, ou outra entidade legal em Nova York por um período de três anos," escreveu o juiz Arthur Engoron em sua decisão, ordenando que o magnata republicano, seus filhos e a empresa familiar, o conglomerado Trump Organization, paguem uma multa de US$ 354.868.768 (aproximadamente R$ 1,765 bilhão, na cotação atual).

Donald Trump, que busca retornar à Casa Branca nas eleições de novembro, e dois de seus filhos - Donald Trump Jr. e Eric Trump - compareceram a um longo processo civil de outubro a janeiro, acusados de inflar o valor dos ativos da Trump Organization.

"Sua total falta de contrição e remorso chega a ser patológica. Eles são acusados de inflar o valor dos ativos para ganhar mais dinheiro", disse o juiz Engoron em sua sentença, na qual afirma que "os acusados são incapazes de admitir seu erro". 

Com esta sentença, o "tribunal pretende proteger a integridade do mercado financeiro e, portanto, o público em geral", afirmou o juiz.

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'Vitória enorme'

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, disse que a decisão representa "uma vitória enorme para todos os que acreditam que somos obrigados a jogar sob as mesmas regras, incluindo os ex-presidentes".

"Não importa o quão grande, rico ou poderoso você pensa que é, ninguém está acima da lei", acrescentou a procuradora, a quem Trump chama repetidamente de "corrupta" e "racista".

James apresentou essa ação civil em 2022, alegando fraude financeira contra os membros da família Trump por inflarem o valor do seu império imobiliário durante a década de 2010 a fim de obter dos bancos empréstimos mais favoráveis e melhores condições de seguro.

Alguns ativos, como a Trump Tower, localizada na famosa 5ª Avenida de Manhattan, são emblemáticos do sucesso do empresário, que entrou na política graças à imagem de construtor imobiliário e apresentador de reality show de sucesso.

O juiz Engoron considerou que James apresentou "provas conclusivas de que, entre 2014 e 2021, os acusados inflaram os ativos" do grupo "de US$ 812 milhões [R$ 4 bilhões] a US$ 2,2 bilhões [R$ 10,9 bilhões]", dependendo do ano.

"Iremos apelar", anunciou Trump em sua residência em Mar-a-Lago, citando "uma instrumentalização contra um adversário político".

Em sua rede social, Truth Social, o republicano repetiu que se trata de "uma interferência eleitoral e uma caça às bruxas" destinada a evitar o seu retorno à Casa Branca. Durante o processo, descreveu o julgamento como "digno de uma república das bananas".

Nos próximos meses, Trump terá que se sentar no banco dos réus para responder a 91 acusações criminais, em Washington, Flórida, Geórgia e Nova York.

(Com AFP)

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