Morte de Chávez dá início a nova era na Venezuela
Um novo capítulo começa ser escrito na história da Venezuela. O presidente Hugo Chávez, cuja morte foi anunciada na tarde desta terça-feira, 5 de março de 2013, não se recuperou das complicações surgidas após realizar a quarta operação. Aos 58 anos, ele lutava contra um câncer na região pélvica desde 2011. O que está em debate agora é o futuro político deste país, um dos grandes produtores mundiais de petróleo.
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas
De acordo com a Constituição da República Bolivariana da Venezuela, com a falta absoluta do presidente eleito, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, tomaria posse e novas eleições presidenciais deveriam ser convocadas dentro de trinta dias.
Na noite desta terça-feira o chanceler venezuelano Elias Jaua anunciou que a presidência temporária será assumida pelo atual vice-presidente, Nicolás Maduro.
Chávez, reeleito em outubro passado, tomaria posse em janeiro deste ano, mas o Supremo Tribunal de Justiça havia decidido adiar a cerimônia por um período indeterminado já que ele estava internado em Cuba.
O corpo de Chávez será transportado do Hospital Militar Carlos Arvelo, onde teria falecido, para a Academia Militar, local chamado pelo próprio Chávez de “a casa dos sonhos azuis e o berço da revolução bolivariana”, para ser velado em cerimônia privada nesta quarta e quinta-feira.
O espaço será aberto à visitação popular na sexta-feira. São esperadas caravanas de todas as partes do país para que os seguidores possam se despedir de um dos mais carismático líderes sul-americanos. Ainda não foi divulgado onde Chávez será sepultado.
Durante a noite de terça-feira partidários do presidente foram para as praças Bolívar de todo o país manifestar apoio a Chávez, que estava no poder havia 14 anos. Alguns atos de vandalismo foram noticiados.
A entrada da sede do canal de televisão opositor Globovisión foi tomada por manifestantes. Alguns saques foram noticiados em regiões mais pobres de Caracas. Também houve registro de agressões a jornalistas que cobriam a morte do presidente.
A Força Armada Nacional Bolivariana e a Guarda Nacional foram às ruas para garantir a segurança e a “soberania” nacionais. A presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Luisa Estela Morales, declarou que a máxima instância venezuelana compartilha com as Forças Armadas a responsabilidade da segurança da nação.
Chefes de Estado de vários países enviaram mensagens de conforto aos familiares e ao povo da Venezuela. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, divulgaram um comunicado lamentando a morte do socialista. Nas próximas horas deverão chegar ao país presidentes e autoridades estrangeiras para o último adeus a Hugo Chávez.
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