Peru: ex-chefe de Estado Alberto Fujimori recebe indulto de Kuczynski
O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski concedeu indulto a oito pessoas por razões humanitárias, entre elas, ao ex-chefe de Estado Alberto Fujimori, condenado em 2009 a 25 anos de prisão por crimes de corrupção e violação dos direitos humanos durante seu governo.
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O comunicado da presidência peruana, emitido na noite deste domingo (24), poucas horas antes do Natal, explica que uma equipe médica oficial atestou que Fujimori, de 79 anos, sofre de uma doença incurável, progressiva e degenerativa, e as condições carcerárias significam um grave risco à sua vida.
Alberto Fujimori, que governou o Peru de 1990 a 2000, vive em uma pequena casa particular situada em uma base policial em Lima, informa o correspondente da RFI em Lima, Eric Samson.
No sábado, o ex-presidente foi conduzido a um hospital de Lima após sofrer uma taquicardia. Segundo a imprensa local, Kuczynski teria oferecido o perdão a Fujimori para que seu filho, o deputado Kenji Fujimori, e outros nove deputados peruanos, se abstivessem na votação que rejeitou seu impeachment, na última sexta-feira.
Condenado a 25 anos de prisão por crimes de lesa-humanidade e por ter sido considerado o autor intelectual de dois massacres em La Cantuta e Barrios Altos, que deixaram 25 mortos, entre eles, uma criança de oito anos. Na época as autoridades do país travavam uma guerra contra a guerrilha maoísta Sendero Luminoso e contra o movimento revolucionário Tupac Amaru. O conflito deixou, segundo estimativas, mais de 70 mil mortos e desaparecidos.
Tentativa de destituição
Fujimori foi também condenado a seis anos de prisão por ususrpação de funções, a sete anos e meio por ter aceitado um pagamento de U$ 15 milhões ao seu ex-chefe do Serviço de Inteligência Nacional, Vladimiro Montesinos, e ainda a seis anos por subornos pagos a deputados da oposição. No entanto, no Peru as penas não são cumulativas.
O indulto presidencial foi anunciado dias depois da fracassada tentativa de destituição do presidente Kuczynski por uma maioria “fujimorista” no Congresso e também após alguns meses da mesma maioria ter ter recusado um voto de confiança ao governo. A decisão obrigou o executivo peruano a nomear um novo governo.
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