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Brasil/Crise

Janot pede prisão de Renan, Cunha, Jucá e Sarney

O Ministério Público Federal pediu nesta terça-feira (7) a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente da República e ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

Renan Calheiros, presidente do Senado.
Renan Calheiros, presidente do Senado. REUTERS/Adriano Machado
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O caso está nas mãos do relator da Lava Jato na Suprema Corte, o ministro Teori Zavascki.

Os integrantes do PMDB são acusados de tentar dificultar as investigações da Operação Lava Jato. Eduardo Cunha também é suspeito de interferir no comando da Câmara dos Deputados, mesmo afastado. A Procuradoria-Geral da República também pediu que Renan fosse afastado da Presidência do Senado. Por conta da idade, José Sarney ficaria em prisão domiciliar, mas com tornozeleira eletrônica.

Romero Jucá deixou o Ministério do Planejamento em 23 de maio, depois da divulgação de áudios de uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O áudio em questão traz trechos de conversas telefônicas publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, nas quais o ministro do Planejamento diz a Machado ser necessário um "pacto" visando parar as investigações sobre a corrupção na Petrobras. Ambos são investigados na Lava Jato. "Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria", disse Jucá no áudio.

"Desarrazoada", segundo Calheiros

Renan Calheiros reagiu ao pedido de prisão, descrevendo- a como “desarrazoada, desproporcional e abusiva”. Ele negou ter tentado obstruir a Justiça e disse que nunca agiu nem agiria para evitar a aplicação da lei. “A Nação passa por um período delicado de sua história, que impõe a todos, especialmente aos homens públicos, serenidade, equilíbrio, bom-senso, responsabilidade e, sobretudo, respeito à Constituição Federal”, afirmou em nota. “As instituições devem guardar seus limites”, completou.

Já Eduardo Cunha afirmou: "Não tomei ciência do conteúdo do pedido do Procurador-Geral da República, por isso não posso contestar as motivações. Mas vejo com estranheza esse absurdo pedido, e divulgado no momento da votação no Conselho de Ética, visando a constranger parlamentares que defendem a minha absolvição e buscando influenciar no seu resultado ".

Para Jucá, "um absurdo"

O senador Romero Jucá considerou “absurdo” o pedido de prisão por tentativa de obstrução da Justiça. “Em nenhum momento agi ou atuei no sentido de propor legislação ou qualquer tipo de ação que pudesse ser interpretado como tentativa de confundir as investigações”, declarou. Jucá lamentou o vazamento do pedido e colocou à disposição seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. “Nada temo e apoio qualquer tipo de investigação”, disse.

José Sarney também foi enfático: “Estou perplexo, indignado e revoltado”. E completou: “Jamais agi para obstruir a Justiça. Sempre a prestigiei e fortaleci. Prestei serviços ao País, o maior deles, conduzir a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República”.

Gilmar Mendes critica vazamento sobre pedidos de prisão

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, criticou o vazamento dos pedidos de prisão. "Isso é uma brincadeira com o Supremo. É preciso repudiar isso de maneira muito clara", disse. O ministro afirmou ainda que houve abuso de autoridade e que os responsáveis pelo vazamento devem esclarecer o caso.

 

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