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No Brasil, Macron tem vitória esmagadora e conquista 88,9% dos votos

Se dependesse dos franceses que moram no Brasil, Emmanuel Macron teria sido reeleito com margem muito mais significativa de votos. O presidente de centro-direita obteve no território brasileiro 88,9% dos votos, cerca de 30 pontos a mais do que indicam neste domingo (24) os primeiros resultados em toda a França.

Emmanuel Macron durante discurso da vitória no Campo de Marte, neste domingo 24 de abril de 2022.
Emmanuel Macron durante discurso da vitória no Campo de Marte, neste domingo 24 de abril de 2022. © Pierre René-Worms / RFI
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Como em todo o continente americano, os franceses no Brasil votaram no segundo turno da eleição presidencial francesa no sábado (23), um dia antes dos eleitores europeus, que foram às urnas neste domingo.

A vitória de Emmanuel Macron foi esmagadora em todas as cidades brasileiras onde o voto era possível.

Tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, o presidente obteve 87%, em Belo Horizonte foram 91,5%, em Brasília e no Recife, o centrista obteve 80% das preferências. Ao todo, nas oito cidades brasileiras onde os franceses puderam votar, o centrista conquistou 88,9% dos votos, contra 11,1% para Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional de extrema direita.

O resultado no Brasil é muito melhor do que aquele conquistado na França como um todo. De acordo com os resultados preliminares, Emmanuel Macron foi reeleito com cerca de 58% dos votos.

O geógrafo francês Hervé Théry, grande conhecedor do Brasil, considera que o resultado espelha a composição da comunidade francesa no Brasil. “São pessoas expatriadas (que trabalham para empresas francesas), que tem um certo nível cultural, engajadas na economia e que não se aventuram”, explica.

Julie Brancante, francesa que mora no Rio de Janeiro, confirma essa percepção. Em entrevista à RFI antes da eleição, ela afirmou que “um voto radical não faz tanto sentido quando a gente mora fora”.

Alta taxa de abstenção

Como em anos anteriores, a taxa de abstenção no Brasil na eleição presidencial francesa é impressionante. Cerca de 30 mil franceses moram no país, pouco mais de 14 mil estão inscritos para votar e muito menos de um terço compareceu aos locais de votação neste domingo. A taxa de participação no Brasil foi de apenas 23,9%.

Para Hervé Théry, ao contrário de muitos franceses que são binacionais e que moram no Brasil há anos, os expatriados formam um grupo muito específico que ainda se preocupa com a política nacional e se inscreve no consulado para votar. “Os que estão instalados no Brasil há muito tempo não querem nem saber”, avalia.

O cientista político Thomás de Barros relativiza esse desinteresse, lembrando que em muitas cidades brasileiras não existe um consulado francês, e que os eleitores têm de fazer procurações para poder votar.

Mas muitos imigrantes, principalmente de esquerda, que moram há anos no Brasil estão mobilizados e já aguardam com expectativa as eleições legislativas que acontecem no mês de junho.

Patrick Maury, pesquisador francês que mora em Belo Horizonte, espera que a futura Assembleia Nacional seja mais representativa da sociedade e seja capaz de contrapor o Executivo. Ele aposta que após a eleição presidencial haverá “um segundo tempo parlamentar que, de fato, represente as aspirações da sociedade, em que as pessoas não votarão somente útil, mas em função de suas convicções”.

A eleição legislativa na França acontece em 12 e 19 de junho de 2022.

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