Daniel Alves deixa prisão perto de Barcelona após pagar fiança
O ex-jogador Daniel Alves deixou nesta segunda-feira (25) a prisão onde cumpria pena por estupro na Espanha. O brasileiro pagou mais cedo uma fiança de € 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões).
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Vestido com uma blusa branca de gola alta, casaco preto e calça jeans, Daniel Alves saiu do Centro Penitenciário Brians 2, a cerca de 40 quilômetros de Barcelona, onde estava detido desde o final de janeiro de 2023. Ao lado de sua advogada, Inés Guardiola, o ex-jogador entrou em um veículo que o aguardava e deixou o local.
Nem Daniel, nem a advogada conversaram com a imprensa. Na porta do presídio, dezenas de pessoas, entre elas muitos jornalistas, aguardavam a saída do ex-atleta.
Funcionários do presídio também aproveitaram a presença da imprensa para realizar um ato em homenagem a uma cozinheira que trabalhava no local e foi assassinada por um detento no último 13 de março.
Liberdade provisória
O Tribunal de Barcelona determinou na semana passada que Daniel Alves poderia aguardar em liberdade provisória a análise dos recursos apresentados contra a condenação, um processo que pode durar meses. No entanto, para deixar a prisão, foram exigidos € 1 milhão de fiança.
Até a última sexta-feira (22), o ex-atleta não havia conseguido reunir o montante. Segundo a imprensa espanhola, a defesa de Daniel Alves levou cinco dias para juntar o valor da fiança e o tribunal, por meio do departamento de Comunicação, confirmou nesta segunda-feira ter recebido a quantia.
Além do pagamento da fiança, a liberdade provisória do ex-jogador está condicionada a uma série de medidas cautelares: a retirada de seus dois passaportes (brasileiro e espanhol), a obrigação de se apresentar semanalmente ao tribunal em Barcelona, a proibição de sair da Espanha, além da proibição de se comunicar e de se aproximar da vítima a menos de mil metros.
Relembre o caso
O Tribunal de Barcelona anunciou em 22 de fevereiro a condenação de Daniel Alves a uma pena de quatro anos e seis meses de prisão por estupro de uma mulher. O crime aconteceu em dezembro de 2022 no banheiro de uma boate de Barcelona.
O jogador negou ter cometido o crime. Ele foi condenado ainda à pena de inabilitação especial para exercício de emprego, cargo público, profissão ou comércio relacionado com menores por cinco anos após cumprimento da pena.
Na época, a promotora Elisabet Jiménez considerou que a vítima apresentou uma "história absolutamente verossímil" desde o início das investigações. Também destacou que Alves usou a "violência" para forçar a jovem, que "fez o que pôde" para tentar fugir do banheiro da boate onde ocorreu o crime.
O ex-jogador chegou a afirmar que nunca tinha visto a mulher que o acusava. Quando as primeiras declarações da vítima vieram a público, Daniel Alves mudou várias vezes de versão. A estratégia da defesa foi alegar que o brasileiro havia consumido bebida alcoólica excessivamente, o que é considerado um atenuante na Justiça da Espanha.
O Ministério Público, que desde o início das investigações conferiu credibilidade ao relato da vítima, havia solicitado uma pena de nove anos de prisão para o brasileiro. A defesa, no entanto, insistiu na absolvição, e recorreu da decisão anunciada em fevereiro.
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