Prefeito de Londres Boris Johnson diz que Grécia jamais deveria ter entrado no euro
Prefeito de Londres e uma das principais vozes do Partido Conservador britânico na atualidade, Boris Johnson publicou nesta segunda-feira (22) uma longa reflexão sobre a vocação original da União Europeia que, segundo ele, teria sido desvirtuada. Para Johnson, o que era para ser um acordo restrito ao livre comércio acabou obrigando os países a abrir mão de sua soberania, sem oferecer resultados em troca.
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“A catástrofe da Grécia explodiu a proposta central de integração da União Europeia: a ideia de que abrir mão do controle da política nacional é um preço que vale a pena pagar para se obter um ganho econômico geral”, escreveu Johnson, em sua conta no Facebook. “Seja lá o que for acontecer, nada pode mudar a verdade fundamental: a Grécia jamais deveria ter entrado no euro”, completou.
Para Johson, os gregos foram “malucos” de abandonar “a segurança de uma política monetária independente” e agora estariam “pagando por esta loucura com uma tragédia humana que cresce diariamente”.
Thatcher acreditou nos benefícios da UE
O líder conservador – apontado por muitos como o possível sucessor de David Cameron na cadeira de primeiro-ministro – também fez uma digressão sobre as negociações para a entrada do Reino Unido no Mercado Comum Europeu: “No acordo que o Reino Unido assinou, nos disseram que perderíamos um pouco da nossa soberania parlamentar. Margaret Thatcher, quando considerou as vantagens do mercado comum, em 1986, abriu mão de algumas prerrogativas nacionais e de independência, porque estava convencida, como quase todos os primeiros-ministros britânicos estavam, de que seus cidadãos e empresários seriam beneficiados”.
Essa “troca”, diz Johnson, não teria rendido os frutos esperados, tanto na Grécia como no Reino Unido – que jamais aderiu ao euro, embora faça parte do bloco. O prejuízo não teria sido apenas econômico, mas também político. O líder conservador credita a essa perda de autonomia dos países a ascensão de partidos radicais como o Ukip, na Inglaterra.
“Todas as tendências na política atual apontam para o localismo. Se estamos dispostos a dar poder para os países, regiões e cidades do Reino Unido, então é certo que chegou a hora de devolver o poder aos países da União Europeia”, conclui.
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