Papa recebe familiares e vítimas do atentado de Nice

O papa Francisco recebeu neste sábado (24) dezenas de familiares das vítimas do atentado de 14 de julho em Nice, sul da França. Em seu discurso no Vaticano, o sumo pontífice renovou seus apelos ao diálogo entre todos, principalmente entre cristãos e muçulmanos.

Papa Francisco durante encontro com familiares e vítimas do atentado de Nice no Vaticano Romano/Handout via Reuters

"Para mim é uma grande emoção ver todos vocês, que sofreram em seu corpo e sua alma porque em uma noite de festa a violência os golpeou cegamente. Vocês e pessoas próximas, sem consideração de origem ou de religião", afirmou o papa, dirigindo-se aos parentes das vítimas no grande vestíbulo da sala Paulo VI do Vaticano. "O estabelecimento de um diálogo sincero e de relações fraternais entre todos, em particular entre aqueles que têm fé em um Deus único e misericordioso, é uma prioridade urgente", lançou Francisco.

O presidente da metrópole Nice-Côte d'Azur, Christian Estrosi, presenteou ao papa com 86 cravos, a flor símbolo de Nice. "São 86, como nossos mortos, e são de todas as cores, como nós", explicou.

Ao deixar o Vaticano, algumas vítimas do atentado de Nice choravam e não quiseram fazer declarações. "Foi um momento de mágica tranquilidade depois do que nos aconteceu há 73 dias", limitou-se a comentar Vincent Delhommel Desmarest, fundador de uma associação de vítimas do ataque. 

Diferentes religiões estavam representadas

Na reunião também estavam presentes cerca de 150 moradores de Nice e uma delegação oficial da associação interreligiosa "Alpes-Maritimes Fraternité", com representantes judeus, muçulmanos, ortodoxos e protestantes. Esta dimensão inter-religiosa recebeu elogios de Francisco, para quem "só se pode responder aos assaltos do demônio com as obras de Deus, que são o perdão, o amor e o respeito ao próximo, mesmo que este seja diferente".

Em 14 de julho deste ano, durante os festejos pelo Dia da Bastilha no Passeio dos Ingleses, na cidade balneária de Nice, 86 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas quando um caminhão, dirigido por um tunisiano de 31 anos, invadiu o local atropelando todos no seu caminho. 

(Com informações da AFP)