Grécia aceita realizar concessões para alcançar acordo com credores
O governo grego aceitou realizar concessões a seus credores, os países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI), para obter um acordo que desbloqueie uma nova parcela de ajuda do programa de resgate do país.
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"O ministro das Finanças grego, Euclides Tsakalotos, disse às instituições que estava de acordo em aprovar medidas preventivas a ser aplicadas em caso de não cumprimento de seus compromissos com os credores", afirmou uma fonte próxima às negociações, que cifrou em 2% do PIB grego o alcance dessas medidas.
Depois do anúncio da concessão, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijssebloem, indicou o regresso em curto prazo das instituições a Atenas para trabalhar com as autoridades. "É um passo muito bom e positivo", assegurou o também ministro das Finanças holandês.
Em Atenas, os chefes da missão de credores deverão fechar um acordo completo e definitivo que permitirá o repasse de uma nova parcela dos € 86 bilhões do terceiro pacote de ajuda à Grécia, acertado em 2015.
Mais cedo, os credores da Grécia conseguiram uma posição comum para desbloquear o atual programa de resgate, segundo o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.
"Parto do princípio de que as instituições têm agora uma posição comum e que faremos progressos hoje para que a missão técnica possa retornar a Atenas com o objetivo de alcançar um resultado", disse Schäuble ao chegar a uma reunião dos ministros das Finanças da zona do euro.
Confiança no FMI
O ministro das Finanças da Alemanha, o primeiro credor da Grécia e a principal economia da zona do euro, expressou sua confiança de que o FMI formará parte economicamente do plano de ajuda em vigor, apesar de suas divergências com os países da Eurozona a respeito da dívida e dos objetivos para a Grécia.
O tempo urge para desbloquear essa nova parcela, já que, sem novos fundos do terceiro programa de resgate, em vigor, Atenas não poderá devolver os cerca € 7 bilhões aos seus credores, previstos para julho.
Além disso, uma série de eleições cruciais na Europa a partir de março podem complicar uma solução rápida.
Após seis anos de resgates financeiros concedidos em troca de duras reformas, a Grécia registra o maior número de desempregados da zona do euro, com 23% (números de outubro), e sua dívida alcança 176,9% do PIB, € 311 bilhões.
Sócio importante
O FMI não quer participar economicamente no programa em vigor, de € 86 bilhões, porque considera inalcançáveis seus objetivos orçamentários, a não ser que intensifiquem as reformas previstas ou que os europeus aprovem um desconto da dívida grega.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, descartou a ideia de que a instituição monetária com sede em Washington, cujo papel foi crucial nos dois primeiros planos de ajuda, não forme parte finalmente do terceiro programa.
"O FMI deve estar a bordo, é um sócio muito importante", disse Moscovici ao chegar à reunião do Eurogrupo em Bruxelas.
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