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Áustria

Novo governo da Áustria, que inclui extrema-direita, não pretende fazer referendo sobre saída da UE

O novo governo de coalizão da Áustria não realizará um referendo sobre a adesão à União Europeia, disse o novo vice-chanceler Heinz-Christian Strache do Partido da Liberdade de extrema-direita (FPO) neste sábado (16), em Viena.    

O novo primeiro-ministro austríaco Sebastian Kurz (E) e o chefe do Partido da Liberdade (FPO) Heinz-Christian Strache durante coletiva de imprensa em Viena, Áustria, 16 de dezembro de 2017
O novo primeiro-ministro austríaco Sebastian Kurz (E) e o chefe do Partido da Liberdade (FPO) Heinz-Christian Strache durante coletiva de imprensa em Viena, Áustria, 16 de dezembro de 2017 REUTERS/Leonhard Foeger
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O novo governo quer mais "democracia direta" de estilo suíço, facilitando a realização de referendos, mas a adesão da Áustria à UE está "excluída" da consulta popular, disse Strache.    

"Nós defendemos a União Europeia, estamos de acordo com o projeto de paz da Europa. Mas nós vemos vários desenvolvimentos de forma crítica, e, claro, articularemos isso e buscaremos parceiros", disse Strache a repórteres.    

Strache vinha sendo, no passado, ambivalente sobre a adesão à UE, chamando Bruxelas de "um monstro burocrático" e dizendo que a Grã-Bretanha "provavelmente estará melhor" depois que ela sair do bloco.   

Sebastian Kurz do Partido Popular conservador (OVP), que será o chanceler na nova coalizão, disse que o novo governo é "naturalmente" pró-europeu.    

No entanto, Kurz disse que durante a presidência austríaca da UE no segundo semestre de 2018, Viena pressionará por mais "subsidiariedade", o que significa que os Estados membros e não Bruxelas devem ter o controle em determinadas áreas.    

"Concordamos com uma clara posição pró-UE com o objetivo de impulsionar a subsidiariedade na UE", disse Kurz, favorecendo uma UE que é "mais forte em grandes questões e que deve dar uma volta em questões menores".    

Parceria com a Rússia

De acordo com o programa conjunto divulgado neste sábado, o governo quer uma maior cooperação com os vizinhos da Europa central e oriental da Áustria, cujas relações com Bruxelas, por vezes, foram difíceis.Também quer contribuir para a melhoria das relações entre o Ocidente e a Rússia.    

O FPO, que tem uma parceria com o partido no poder da Rússia, pediu a suspensão das sanções da UE contra Moscou por conta da Ucrânia.    

O programa também diz que o governo não concordará com a adesão da Turquia ao bloco. Ele procurará aliados para alcançar “uma interrupção definitiva nas negociações de adesão (da Turquia), a favor de um conceito de vizinhança UE-Turquia ", diz o programa.    

O novo governo da Áustria – dois meses após as eleições que viram os eleitores do país alpino mudarem para a direita – deve ser juramentado na próxima semana. Kurz, 31, será o líder mais novo do mundo.    

O FPO de Strache assegurou os ministérios do Interior, da Defesa e das Relações Exteriores, entre outros, enquanto os ministérios controlados pela OVP incluirão Finanças, Economia e Justiça.

 

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