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Reino Unido e família real britânica dão último adeus ao príncipe Philip

Em uma cerimônia privada e limitada a cerca de 30 pessoas, devido à pandemia de Covid-19, a família real e os britânicos deram seu último adeus ao príncipe Philip neste sábado (17). O duque de Edimburgo faleceu há oito dias e completaria 100 anos no próximo 10 de junho.

Membros da família real britânica caminham atrás do caixão com os restos mortais do príncipe Philip, neste sábado (17), no Castelo de Windsor, oeste de Londres.
Membros da família real britânica caminham atrás do caixão com os restos mortais do príncipe Philip, neste sábado (17), no Castelo de Windsor, oeste de Londres. REUTERS - POOL
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O duque de Edimburgo foi sepultado no panteão real do Castelo de Windsor, a cerca de 50 km a oeste de Londres, após uma vida dedicada à monarquia e à rainha Elizabeth II, durante 73 anos de casamento. 

O cortejo, de oito minutos de duração, começou às 14h45 locais (10h45 em Brasília) com saudações de honra e o toque do sino na torre do castelo. O translado do caixão foi realizado em um Land Rover, que teve o design adaptado pelo próprio Philip, seguido a pé pelos membros mais próximos da família real - incluindo seus quatro filhos, Charles, Andrew, Edward, e a princesa Anne - além dos netos William e Harry, filhos do primogênito. Em outro automóvel, o Bentley da família, a rainha, vestida inteiramente de preto, foi transportada até a Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor.

Logo depois, às 15h locais (11h em Brasília), o Reino Unido observou um minuto de silêncio. A pausa em memória do duque de Edimburgo coincidiu com o momento em que o caixão estava na escadaria da Capela de São Jorge. O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual dos anglicanos e reitor de Windsor recebeu os restos mortais do príncipe Philip na entrada do local. 

Dentro da capela, as cornetas tocaram "The Last Post", tema utilizado em funerais militares britânicos, e "Action Stations", sinal que chama os marinheiros aos seus cargos. As melodias foram entoadas a pedido do próprio duque de Edimburgo, que serviu na Marinha Real durante a Segunda Guerra Mundial.

Apenas 30 pessoas puderam assistir à cerimônia - entre elas, os príncipes William e Harry. O evento foi realizado no estrito respeito das regras sanitárias e todos os participantes utilizaram máscara. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não assistiu à cerimônia. 

Por volta das 15h50 locais, (11h50 em Brasília), o caixão do príncipe Philip foi colocado na cripta real da Capela de São Jorge. Seus restos mortais permanecerão no local até o falecimento da rainha. O casal será então reunido e levado ao Memorial do Rei George VI, pai de Elizabeth II. 

Philip não quis funeral de Estado

Apesar dos rigores do protocolo nacional, o duque de Edimburgo não quis um funeral de Estado e seu pedido foi respeitado. Menor do que a prevista, a cerimônia seguiu os desejos do consorte, segundo o Palácio de Buckingham. 

A rainha teria tido dificuldades para montar a lista de participantes. No entanto, ela fez questão de incluir representantes de todos os ramos da família do marido.

Os britânicos puderam assistir à cerimônia pela televisão. Em circunstâncias normais, o acesso do público seria diferente, como aconteceu em 2002, quando da morte da rainha-mãe, Elizabeth. Ela foi enterrada em um serviço privado em Windsor depois de cerimônia na abadia de Westminster, que contou com a presença de 60 reis, rainhas e membros da realeza, além de autoridades nacionais e estrangeiras. A cerimônia foi acompanhada por cerca de um milhão de pessoas do lado de fora da abadia e em todo o caminho até Windsor.

Desde a morte de Philip, no último dia 9 de abril, representantes da realeza e autoridades pedem ao público que evitem aglomerações em frente às residências da família. No entanto, desde sábado passado (10), centenas de pessoas deixam cartões e flores diante do Castelo de Windsor, onde o duque de Edimburgo morreu, e do palácio de Buckingham, no coração da capital britânica, a residência oficial do casal.

A rainha Elizabeth II e o marido passaram a maior parte do lockdown em Windsor. Nos últimos dias, a pequena cidade histórica viu um aumento expressivo do movimento de curiosos e fãs da realeza, assim como do policiamento, que foi reforçado. Na página da família real na internet, pede-se que as pessoas prestem suas últimas homenagens ao príncipe com doações a instituições de caridade em vez de gastar dinheiro com flores. Um livro de condolências online foi disponibilizado.

Comentários racistas e misóginos

Aos 99 anos, Philip se recuperava de uma cirurgia cardíaca realizada no início de março, que o manteve por quase um mês no hospital. Segundo fontes ouvidas pela mídia britânica, ele teria morrido dormindo, ao lado da rainha. Apesar de ser uma figura controversa por comentários inapropriados, muitos deles considerados racistas e misóginos, o príncipe era querido pelos britânicos: 15% da população apontou o consorte como seu personagem preferido da família real, segundo pesquisa Ipsos Moris.

A família real observará um período de duas semanas de luto. Se participarem de compromissos oficiais, seus integrantes deverão usar tarjas pretas no braço. Já o período de luto nacional acaba logo após o funeral. Desde a morte de Philip, bandeiras a meio mastro tremulam pelo Reino Unido. Outdoors e cartazes com a imagem do Duque de Edimburgo também ganharam o país. 

Filho mais novo de Charles, o príncipe Harry desembarcou em Londres, vindo dos Estados Unidos, no domingo (11). Ele obedeceu a uma quarentena obrigatória de 10 dias, de onde pôde sair para o funeral, como prevê a lei britânica. Harry deixou os afazeres oficiais reais no ano passado e mudou-se com a mulher, a atriz americana Meghan Markle, para Los Angeles, onde moram com o filho Archie. 

Por ordens médicas, Meghan, que está grávida de um menina, não viajou. Esta é a primeira vez que Harry volta ao Reino Unido desde que deixou o país. É também a primeira vez que se reúne à família desde que concedeu, com a esposa, uma entrevista bombástica à TV americana na qual um integrante da Casa dos Windsors, cujo nome não foi revelado, foi acusado de racismo.

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