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Armênios escolhem novo Parlamento em eleições legislativas polarizadas

Os eleitores armênios vão às urnas nesse domingo (20) para renovar o Parlamento. As eleições legislativas foram convocadas antecipadamente pelo primeiro-ministro Nikol Pachinian, após a derrota militar da Armênia para o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, no final do ano passado.

Em Erevã, eleitores escolhem um novo parlamento neste domingo, 20 de junho de 2021.
Em Erevã, eleitores escolhem um novo parlamento neste domingo, 20 de junho de 2021. AFP - KAREN MINASYAN
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Com informações de Anastasia Becchio, enviada especial da RFI à Erevã

Apesar dos mais de 2 milhões de eleitores armênios poderem escolher entre 25 listas, as eleições estão polarizadas entre dois lados: o do primeiro-ministro Nikol Pachinian e o do ex-presidente Robert Kotcharian.

Uma parte do eleitorado acredita que a Aliança Armênia, partido de Kotcharian, é o único com experiência necessária para recuperar o país e garantir a segurança após a guerra perdida para o Azerbaijão.  

Mas o ex-presidente está associado ao antigo sistema, visto como corrupto e detestado por uma parte da população. Como argumento de campanha, Kotcharian usou sua experiência política contra o primeiro-ministro, que costuma ser acusado de populismo e incompetência.

Investigado e preso por corrupção e violação da ordem constitucional três vezes desde a chegada ao poder de Pachinian, Kotcharian foi inocentado em abril. Os apoiadores do ex-presidente acusam o governo atual de “falsificação”, entre eles Victor Soghomonyan, que trabalha na campanha do candidato da Aliança Armênia. “Eles não conseguiram provar a culpa de Kotcharian”, afirma.

Apesar de ter se retirado da cena política nos últimos anos, Kotcharian espera vencer seu rival com apoio do mundo empresarial e ca administração, por conta de sua proximidade com o presidente russo, Vladimir Putin.

Armênia humilhada

Enquanto Kotcharian aparece como um “salvador”, Pachinian simboliza uma Armênia humilhada após a derrota no conflito pela região montanhosa do Karabakh, estratégica para a exportação de gás natural da Rússia. Muitos armênios não perdoaram o primeiro-ministro pelas mortes no conflito e por ter assinado um cessar fogo em 9 de novembro de 2020, que levou a grandes perdas territoriais.

Eleito chefe de governo em 2018, após a pacífica Revolução de veludo, e com a promessa de tirar as elites corruptas do poder, Pachinian também perdeu sua popularidade por conta das promessas de campanha não cumpridas.

O governo “não soube realizar as reformas nos órgãos encarregados da aplicação das leis e do sistema judiciário”, constata Sona Ayvazyan, diretora executiva do Centro transparência internacional anticorrupção em Erevã.

“Eles estavam confiantes, pensavam que ficariam no poder por uma década e que teriam tempo para fazer reformas, mas se enganaram”, explica Ayvazyan.

Na falta de pesquisas confiáveis, o resultado das eleições é incerto, após uma campanha particularmente tensa. O presidente armênio Armen Sarkissian denunciou recentemente o ódio que divide o país e pediu ao povo que vote de maneira justa e livre.

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