Acessar o conteúdo principal

Justiça francesa condena Brigitte Bardot por comentários racistas

A estrela de cinema Brigitte Bardot foi condenada, nesta quinta-feira (4), na França, por insultos racistas, após chamar os habitantes da ilha francesa da Reunião, no Oceano Índico, de nativos que "preservaram seus genes selvagens". 

A atriz Brigitte Bardot foi condenada a pagar uma multa de 20 mil euros por ter chamado, em 2019, a população da ilha de Reunião de "indígenas que mantiveram seus genes selvagens".
A atriz Brigitte Bardot foi condenada a pagar uma multa de 20 mil euros por ter chamado, em 2019, a população da ilha de Reunião de "indígenas que mantiveram seus genes selvagens". Eric Feferberg AFP
Publicidade

Um tribunal de Saint-Denis impôs uma multa de € 20.000 (cerca de R$ 128 mil) à ex-atriz, de 87 anos, além de € 4.000 euros (cerca de R$ 25 mil) ao seu assessor de imprensa, Bruno Jacquelin, por cumplicidade.

Conhecida por ser uma defensora dos animais, Bardot enviou uma carta, em 2019, ao então delegado do governo da ilha da Reunião, denunciando a "barbárie dos habitantes com os animais".

"Os nativos mantiveram seus genes selvagens", escreveu a protagonista de 'E Deus criou a mulher', que comparou a Reunião com "a ilha do diabo", cuja "população degenerada" ainda está "imbuída" de "tradições bárbaras".

Indignação

 As declarações provocaram uma onda de indignação. A então ministra dos Territórios Ultramarinos , Annick Girardin, escreveu uma carta aberta, dedicada ao episódio, para dizer que "racismo não é uma opinião, mas é um crime".

Um deputado de esquerda, grupos antirracistas e de defesa dos direitos humanos também criticaram Brigitte Bardot, uma personalidade muito próxima da extrema direita e que, no passado, já foi condenada por ódio racial.

Apesar de ter se desculpado com os habitantes da Reunião, a atriz justificou suas palavras pelo "destino trágico" dos animais da ilha. A justificativa foi considerada um "absurdo" por Axel Vardin, um dos advogados dos moradores da ilha. "Ela fala de reminiscências de canibalismo. Na verdade, é uma reminiscência de um pensamento colonialista", disse Vardin, durante o julgamento. Suas palavras são "dolorosas", acrescentou.

Para a advogada de defesa, Catherine Moissonier, defender animais "é a vida de Brigitte Bardot". A angústia dos animais "é uma realidade em Reunião", acrescentou.

Em 1973, cansada do desgaste da fama e da perseguição aos paparazzi, Bardot decidiu encerrar sua carreira, aos 38 anos, e se dedicar, desde então, a sua segunda paixão: a causa animal.

(Com informações da AFP).

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.