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Parlamento da Alemanha elege Scholz como novo chanceler e coloca fim à era Merkel

O social-democrata Olaf Scholz foi eleito nesta quarta-feira (8) pelo Parlamento alemão como o novo chanceler. O líder encerra a era Angela Merkel, que governou a Alemanha por 16 anos.

O novo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz (centro) é aplaudido após o anúncio do resultado da votação no Bundestag nesta quarta-feira (8).
O novo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz (centro) é aplaudido após o anúncio do resultado da votação no Bundestag nesta quarta-feira (8). AP - Markus Schreiber
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Scholz, de 63 anos, obteve 395 votos na câmara baixa do Bundestag, 303 contra e 6 abstenções. O ex-ministro das Finanças prestará juramento nesta quarta-feira e dirigirá uma coalizão inédita, composta pelo Partido Social-Democrata (SPD), Verdes e os liberais do FDP

Scholz chegou ao poder depois que o SPD conseguiu se impor por uma pequena diferença (25,7%) diante do bloco conservador CDU-CSU de Angela Merkel, que recebeu 24,1% dos votos nas eleições legislativas de 26 de setembro. Os Verdes registraram 14,8% e o FDP 11,5%. 

No final de novembro, os social-democratas, ecologistas e liberais entraram em acordo para formar uma coalizão com o objetivo de modernizar a Alemanha, prometendo um aumento nos investimentos públicos, na produção de energia verde e nas novas tecnologias. 

No entanto, um dos primeiros desafios de Scholz será enfrentar a crise sanitária, em um momento em que uma nova onda da Covid-19 desestabiliza o sistema hospitalar do país. A Alemanha registrou nesta quarta-feira 527 mortos pela doença, o maior número desde fevereiro de um total de 104 mil óbitos. 

Para isto, o novo chanceler nomeará como ministro da Saúde o social-democrata Karl Lauterbach, um dos cientistas mais respeitados do país desde o início da pandemia e partidário de restrições mais duras. A obrigatoriedade da vacinação anticovid, uma das medidas mais debatidas pela sociedade alemã neste momento, pode entrar em vigor em fevereiro ou março.

Scholz, Merkel e os governantes das 16 regiões que integram o país também aprovaram na semana passada novas restrições destinadas sobretudo aos não vacinados, que não poderão ter acesso a locais culturais, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais.

Fim da era Merkel 

Apesar de um balanço relativamente positivo, Merkel continua sendo uma da personalidades mais apreciadas pelos alemães após quatro mandatos consecutivos. Seu governo foi marcado por momentos importantes - como o acolhimento de migrantes em 2015 e a crise econômica - mas também pela falta de ambição na luta contra as mudanças climáticas e a modernização da Alemanha.

"Angela Merkel foi uma chanceler que teve êxito", elogiou Scholz, ao homenagear a líder que "permaneceu fiel a ela mesma durante 16 anos marcados por várias mudanças". O novo chanceler, que se apresenta como "herdeiro de Merkel", não esconde, no entanto, que deseja injetar um novo ânimo no país.

"Quero que estes anos signifiquem um novo ponto de partida", declarou à revista alemã Die Zeit. Scholz promete aplicar a "maior modernização industrial" da história recente, "capaz de parar a mudança climática provocada pelo homem".

Também prevê realizar um governo pró-Europa, com o objetivo de "aumentar a soberania estratégica da União Europeia" e defender de maneira mais eficiente "os interesses comuns do bloco".

Paridade de gênero

O novo governo alemão terá pela primeira vez o mesmo número de homens e mulheres. Segundo Scholz, as mulheres ocuparão "ministérios fundamentais", que "tradicionalmente não eram ocupados por elas", declarou.

Para o ministério das Relações Exteriores, o novo chanceler escolheu a ecologista Annalena Baerbock, que pretende adotar uma linha mais dura contra regimes autoritários como os da China e da Rússia. As mulheres também comandarão os ministérios do Interior, Defesa, Desenvolvimento, Construção, Meio Ambiente, Família e Educação.

O novo chanceler já sabe que enfrentará uma situação econômica pouco favorável, marcada por um crescimento menor que o previsto e pelo retorno da inflação. Por isso o Executivo, composto essencialmente por pessoas sem experiência de governo, têm uma longa lista de tarefas pendentes que nem sempre despertam o entusiasmo da população, como o aumento do salário mínimo, o fim do uso do carvão e o desenvolvimento das energias renováveis.

Outras promessas da coalizão, como a legalização da maconha, a compra de drones armados ou o direito de voto aos 16 anos enfrentam resistência de uma parcela da população.  

(Com informações da AFP)

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