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Dezenas de milhares de vidas teriam sido salvas se Ucrânia tivesse mais armas, diz Zelensky em Davos

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou nesta segunda-feira (23) a demora da ajuda internacional à Ucrânia, na abertura do Fórum Econômico de Davos, na Suíça. O líder fez um apelo por mais armas para o reforço de seu exército e mais sanções contra Moscou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discursou na abertura do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, nesta segunda-feira (23).
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discursou na abertura do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, nesta segunda-feira (23). REUTERS - ARND WIEGMANN
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Em um aguardado discurso, realizado por videoconferência, de Kiev, Zelensky reforçou seu pedido por material bélico. "A Ucrânia precisa de todas as armas que pedimos, não apenas das que foram fornecidas", disse, antes de completar que se o país tivesse recebido o equipamento em fevereiro "o resultado teria sido dezenas de milhares de vidas salvas", declarou. 

Diante de um salão lotado, o presidente ucraniano não poupou críticas ao governo russo e fez um apelo por medidas mais duras dos países ocidentais contra o Kremlin. "Acredito que ainda não existem tais sanções [máximas] contra a Rússia, e deveria haver", disse Zelensky para um salão lotado no fórum.

Os países ocidentais impuseram sanções econômicas à Rússia. Mas, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido renunciaram à importação do petróleo, a União Europeia ainda não conseguiu alcançar um acordo sobre a questão, em razão da dependência de alguns de seus membros do petróleo e gás russos.

"Deveria haver um embargo ao petróleo russo, todos os bancos russos deveriam ser bloqueados, sem exceções, o setor de tecnologia russo deveria ser abandonado. Não deveria haver nenhum tipo de comércio com a Rússia", insistiu o presidente ucraniano.

Três meses de guerra

A um dia da invasão russa na Ucrânia completar três meses, a guerra e suas consequências para a economia mundial concentram as atenções do fórum. Após dois anos de pandemia de Covid-19, o evento volta a reunir as elites econômicas e políticas mundiais na cidade suíça.

Uma importante delegação ucraniana, que inclui membros do governo e do Parlamento, está na Suíça para expressar as reivindicações de seu país na guerra desde a invasão russa, em 24 de fevereiro. Contrariamente às edições anteriores, representantes de instituições governamentais russas e de empresas não foram convidados pelo WEF, o órgão que organiza o fórum. 

A deputada Anastasia Radina defende que seu país precisa de armas "estilo Otan", como tanques, sistemas de defesa aérea e caças. "Passamos por três meses de guerra, dezenas de milhares de vidas perdidas e ainda estamos discutindo se precisamos de caças. Francamente, é ultrajante", assegurou.

Para substituir simbolicamente a Russia House (Casa da Rússia) — um local concorrido que concentrava toda a atividade do país em Davos —, vários funcionários ucranianos inauguraram nesta segunda-feira um espaço ironicamente batizado de Russia War Crimes House ("Casa dos Crimes de Guerra da Rússia"). O local reúne uma exposição fotográfica das atrocidades atribuídas às forças russas, iniciativa do governo ucraniano e de um mecenas do país, Victor Pinchuk.

Pobreza extrema

A guerra afeta a economia mundial e suas consequências estão sendo sentidas em todo o planeta, principalmente no aumento dos preços da energia e dos alimentos. Em relatório publicado nesta segunda-feira, a ONG Oxfam prevê que 263 milhões de pessoas serão vítimas da pobreza extrema este ano. Segundo os cálculos da organização, o problema afetará um milhão de indivíduos a cada 33 horas.

"Durante a pandemia, um novo bilionário nasceu a cada 30 horas e agora em 2022 a cada 33 horas um milhão de pessoas cai na pobreza extrema", denunciou Gabriela Bucher, diretora executiva da Oxfam, que pede a taxação "urgente" dos ricos.

Assim como a Oxfam, muitas ONGs tentam utilizar o Fórum de Davos para sensibilizar líderes empresariais, estados e governos. 

(Com informações da AFP

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