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Situação na central nuclear de Zaporíjia é “insustentável”, diz AIEA que pede zona de segurança para evitar acidente

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que a situação na central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, é “insustentável”. O organismo se pronunciou a favor da aplicação de uma “zona de segurança” para impedir um acidente nuclear na usina, ocupada há seis meses pelo Exército russo.

Soldado vigia a central de Zaporíjia, sob controle do Exército russo. A AIEA alertou nesta terça-feira, 6 de setembro de 2022, que a situação na usina é "insustentável".
Soldado vigia a central de Zaporíjia, sob controle do Exército russo. A AIEA alertou nesta terça-feira, 6 de setembro de 2022, que a situação na usina é "insustentável". © ALEXANDER ERMOCHENKO / REUTERS
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“É urgente tomar medidas provisórias”, afirmou a agência da ONU em um relatório publicado nesta terça-feira (6) recomendando “o estabelecimento de uma zona de segurança nuclear e de proteção” da central que fica no sul da Ucrânia e é a maior da Europa.

“Os bombardeios no local e nas proximidades devem parar imediatamente para evitar provocar novos danos às instalações”, insistiu, sublinhando “as condições extremamente estressantes” em que trabalham os técnicos ucranianos da usina sob controle dos militares russos.

“A situação atual é insustentável”, resumiu a AIEA, alertando que novos bombardeios podem provocar um grave acidente nuclear.

Acusações mútuas

Kiev e Moscou continuam a se acusar mutuamente pelos ataques que atingiram a usina nas últimas semanas. Nesta terça-feira, a Rússia acusou os ucranianos de um novo bombardeio. “Nas últimas 24 horas, as forças armadas ucranianas atiraram 15 vezes na cidade de Energodar e no território (muito próximo) da central nuclear de Zaporíjia”, de acordo com o ministério russo da Defesa.

Três mísseis caíram nas instalações, um deles explodiu perto dos reservatórios de estocagem de água, próximo ao segundo reator, mas a radioatividade continua “dentro das normas”, garantiu.

Corredor humanitário

O relatório da AIEA é resultado da recente missão de peritos da agência à central de Zaporíjia. O diretor-geral, Rafael Grossi, deve apresentá-lo no Conselho de segurança da ONU.

A publicação das conclusões acontece um dia depois da desconexão do último reator em funcionamento no complexo. Uma linha elétrica, ligada a uma central térmica vizinha, “foi deliberadamente desconectada para apagar um incêndio”, explicou a AIEA em seu comunicado.

De acordo com o operador ucraniano Enegoatom, o fogo “foi declarado após bombardeios”.

A vice-primeira ministra ucraniana, Iryna Verechtchouk, pediu a criação de um corredor humanitário para os civis que desejem deixar a zona em volta da central.

Após muitas negociações, uma delegação da AIEA pôde inspecionar, na quinta-feira (1) as instalações. Logo após a inspeção, Grossi anunciou que a “integridade física” das infraestruturas tinha sido “violada diversas vezes”.

No dia seguinte, Kiev anunciou ter bombardeado uma base russa em Energodar. A maior parte da equipe internacional deixou a central na sexta-feira (2), mas dois peritos da agência devem ficar de maneira permanente.

(Com informações da AFP)

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