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Catargate: eurodeputada suspeita de corrupção diz "ignorar" existência de dinheiro encontrado em sua casa

A eurodeputada grega Eva Kaili, envolvida no escândalo de corrupção conhecido como "Catargate", continua presa nesta quarta-feira (14), após seu depoimento ter sido adiado para 22 de dezembro. O companheiro da deputada compareceu diante da Justiça, que decidiu por mantê-lo em detenção. A ex-vice-presidente do Parlamento Europeu disse que era inocente, de acordo com um de seus advogados em Atenas, e garantiu ignorar a existência do dinheiro encontrado em seu domicílio.

Eva Kaili, a eurodeputada grega, suspeita de receber propina do Catar, diz ser inocente. Na foto, fornecida pelo Parlamento Europeu, Eva Kaili, na direita, fala durante a cerimônia do prêmio europeu do livro, em 7 de dezembro de 2022.
Eva Kaili, a eurodeputada grega, suspeita de receber propina do Catar, diz ser inocente. Na foto, fornecida pelo Parlamento Europeu, Eva Kaili, na direita, fala durante a cerimônia do prêmio europeu do livro, em 7 de dezembro de 2022. AP
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"O caso é sem pé nem cabeça" para Kaili, que não pôde estar presente no Tribunal nesta quarta-feira devido a uma greve na prisão, de acordo com seu advogado na Bélgica, André Risopoulos. Atendendo ao pedido da defesa, o comparecimento da eurodeputada diante da Justiça foi adiado para 22 de dezembro. 

O outro advogado de Kaili, em Atenas, Michalis Dimitrakopoulos, declarou em uma entrevista à AFP que ela era "inocente". 

"Eva Kaili não tem nenhuma relação com o dinheiro encontrado em seu domicílio (…) ela não conhecia a existência deste dinheiro", garantiu. 

Sacos com €150.000 foram descobertos em seu apartamento em Bruxelas, segundo uma fonte judicial belga.

O advogado, que disse ter conversado várias vezes ao telefone com sua cliente, sublinhou que "somente seu companheiro (de Kaili)", com quem morava, poderia dar "respostas sobre a existência do dinheiro". 

Francesco Giorgi, ex-assessor parlamentar do grupo Socialista e Democrata italiano no Parlamento europeu, também faz parte das pessoas suspeitas de envolvimento no caso. Ele está ligado ao ex-deputado europeu socialista Pier Antonio Panzeri, em cuja casa foram encontrados € 600.000. Outros assessores italianos tiveram seus escritórios revistados, de acordo com a enviada especial da RFI a Estrasburgo, Juliette Gheerbrant. 

A foto sem data mostra a ex-deputada europeia, Eva Kaili, e seu companheiro Francesco Giorgi, ex-assessor parlamentar dos Socialistas no Parlamento europeu.
A foto sem data mostra a ex-deputada europeia, Eva Kaili, e seu companheiro Francesco Giorgi, ex-assessor parlamentar dos Socialistas no Parlamento europeu. AFP - STR

O pai da suspeita também foi surpreendido com uma mala contendo € 750.000.

Suspeitos mantidos em detenção

A deputada europeia foi detida na sexta-feira (9), em Bruxelas, suspeita de ter recebido propina do Catar para defender os interesses do emirado, que acolhe atualmente a Copa do Mundo. 

O país desmentiu as acusações, mas uma fonte judiciária da Bélgica confirmou à AFP que o Catar era suspeito de envolvimento no caso, que passou a ser conhecido como "Catargate". 

Os três outros suspeitos presos desde domingo, entre eles Panzeri e Giorgi, compareceram nesta quarta-feira diante da Câmara do Conselho de Bruxelas que decidiu mantê-los em detenção. 

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