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Kosovo tem mais um dia de tensões; manifestantes pedem saída de prefeitos albanases

A situação segue tensa nesta terça-feira (30) no norte do Kosovo, onde manifestantes sérvios continuam a se aglomerar em frente à prefeitura de Zvecan, palco na véspera de violentos confrontos que deixaram cerca de 30 feridos entre os soldados internacionais e 50 entre os manifestantes.

Sérvios de Kosovo enfrentam a polícia de choque do lado de fora do prédio da prefeitura de Zvecan, durante uma manifestação que exige a remoção de prefeitos albaneses recém-eleitos, norte de Kosovo, em 29 de maio de 2023.
Sérvios de Kosovo enfrentam a polícia de choque do lado de fora do prédio da prefeitura de Zvecan, durante uma manifestação que exige a remoção de prefeitos albaneses recém-eleitos, norte de Kosovo, em 29 de maio de 2023. AFP - -STR
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Soldados da tropa de choque da Kfor, a força multinacional liderada pela Otan, instalaram uma barreira de metal ao redor do prédio da prefeitura para impedir o acesso de centenas de sérvios.

Três viaturas blindadas da polícia do Kosovo, cuja presença ainda desperta a ira da maioria sérvia em quatro localidades do norte do Kosovo, estavam estacionadas em frente à Câmara Municipal.

Os sérvios boicotaram as eleições municipais de abril nestas localidades, o que resultou na vitória de candidatos albaneses às prefeituras, apesar de uma participação inferior a 3,5%. Estes prefeitos assumiram seus postos na semana passada, sob o governo de Albin Kurti, primeiro-ministro deste território maioritariamente povoado por albaneses, ignorando os apelos de apaziguamento lançados pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

A Sérvia, apoiada por seus aliados russos e chineses, nunca reconheceu a independência proclamada em 2008 por sua antiga província, e as tensões surgem regularmente entre Belgrado e Pristina.

"Ilegítimos"

Cerca de 120 mil sérvios vivem em Kosovo (que tem uma população de 1,8 milhão de pessoas), a aproximadamente um terço vive no norte do país. Os manifestantes exigem a saída dos prefeitos albaneses, que qualificam como "ilegítimos", e também da polícia de Kosovo.

A situação já havia se agravado na sexta-feira (26), quando os prefeitos foram tomar posse acompanhados pela polícia. Na segunda-feira (29), em Zvecan, os manifestantes sérvios foram inicialmente repelidos pelas forças kosovares, que usaram gás lacrimogêneo. Os agentes da Kfor então tentaram separar as duas partes antes de começar a dispersar a multidão.

Os manifestantes responderam jogando pedras e coquetéis molotov contra os soldados. Dezenove soldados húngaros e 11 italianos ficaram feridos nos confrontos, informou a Kfor em um comunicado nesta terça-feira, acrescentando que eles sofreram principalmente "fraturas e queimaduras causadas por dispositivos explosivos incendiários improvisados".

"Três soldados húngaros foram feridos por armas de fogo", acrescentou a mesma fonte. Esses ataques foram descritos como "totalmente inaceitáveis" pela Otan.

"Risco de escalada"

Pelo menos 52 pessoas ficaram feridas nas fileiras dos manifestantes sérvios, três delas gravemente, afirmou o presidente sérvio Aleksandar Vucic.

Cinco manifestantes sérvios foram presos, de acordo com a polícia de Kosovo. Belgrado ordenou que o exército sérvio fique em alerta máximo, como tem sido o caso nos últimos anos.

A Kfor revelou que aumentou sua presença no norte para "reduzir o risco de escalada" depois que prefeitos recém-eleitos tentaram assumir o cargo.

(Com informações da AFP)

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