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UE diz que chinesas Huawei e ZTE representam risco de espionagem e veta equipamentos no bloco

As gigantes chinesas das telecomunicações Huawei e ZTE representam riscos de segurança para o bloco europeu, alertou a Comissão Europeia nesta quinta-feira (15), ao anunciar que deixará de usar serviços equipados com materiais dessas duas empresas.

A Huawei nega as acusações, lideradas pelos Estados Unidos, de que o uso de suas redes implica riscos de espionagem por parte da China.
A Huawei nega as acusações, lideradas pelos Estados Unidos, de que o uso de suas redes implica riscos de espionagem por parte da China. REUTERS - ERIC GAILLARD
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O órgão executivo da UE considerou, em um comunicado, "justificadas" as medidas já adotadas por vários países europeus para restringir ou excluir a Huawei e a ZTE das redes 5G. "Com base em uma ampla gama de informações disponíveis, a Comissão Europeia considera que a Huawei e a ZTE representam, de fato, riscos significativamente maiores do que outros provedores de 5G", destaca o documento.

Como consequência, a instituição "tomará medidas para evitar a exposição de suas comunicações corporativas a redes móveis que utilizem a Huawei e ZTE como provedores", acrescenta. "Não podemos nos dar ao luxo de manter dependências críticas que poderiam se tornar uma arma contra nossos interesses. Seria uma vulnerabilidade crítica e um risco muito sério para a nossa segurança comum", disse o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.

A Comissão definiu em janeiro de 2020 um conjunto rígido de regras para atuar no mercado das telecomunicações 5G, embora sem mencionar a Huawei ou a ZTE ou a possibilidade de vetar a utilização de determinados equipamentos.

Essa chamada "caixa de ferramentas" incluía uma recomendação para proteger as redes de telecomunicações 5G com o objetivo de evitar atos de espionagem, sabotagem ou interferência de outros países nos equipamentos. Mas até então, era uma mera recomendação, sem valor jurídico e, portanto, não identificava especificamente os equipamentos e empresas que apresentavam riscos. A partir de agora, Huawei e ZTE são nominalmente identificados.

Riscos para a segurança

Esta etapa é o resultado de uma investigação da Comissão e da Agência da União Europeia para a Cibersegurança sobre a aplicação desta "caixa de ferramentas" nos países membros do bloco. Segundo Breton, apenas dez dos 27 países da UE seguiram até agora essas recomendações. O processo "está muito lento e isso representa um risco para a segurança coletiva da União", afirmou.

Depois da investigação, a Comissão recomendou que os países do bloco "imponham sem demora restrições aos fornecedores [de equipamentos de telecomunicações] de alto risco".

A Huawei está tentando diversificar suas fontes de receita depois que as sanções dos Estados Unidos atingiram drasticamente seus equipamentos de telecomunicações e negócios de smartphones. O sistema 5G da companhia foi bloqueado em mercados importantes, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão, devido a temores de segurança. Os Estados Unidos exerceram forte pressão sobre a UE para excluir esses dois gigantes chineses das redes 5G.

A Huawei nega as acusações de que o uso de suas redes implica riscos de espionagem por parte da China.

Com informações da AFP

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