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Imprensa: “Obcecado pelo islã”, holandês Geert Wilders reforça “ameaça extremista que paira sobre a UE”

A vitória do populista de extrema direita Geert Wilders nas eleições legislativas na Holanda está na capa dos principais jornais franceses nesta sexta-feira. A manchete do Libération alerta para o “contágio” da Europa pelos líderes anti-imigração e adverte que “a ameaça extremista paira sobre a União Europeia”.

(Da esquerda para a direita) Tomio Okamura, líder do partido tcheco de extrema-direita Liberdade e Democracia Direta (SPD), Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional da França, e Geert Wilders, do partido PVV (Partij voor de Vrijheid), cumprimentam seus apoiadores em uma conferência do grupo de direita Europa das Nações e da Liberdade (ENF) no Parlamento Europeu, em 25 de abril de 2019, em Praga.
(Da esquerda para a direita) Tomio Okamura, líder do partido tcheco de extrema-direita Liberdade e Democracia Direta (SPD), Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional da França, e Geert Wilders, do partido PVV (Partij voor de Vrijheid), cumprimentam seus apoiadores em uma conferência do grupo de direita Europa das Nações e da Liberdade (ENF) no Parlamento Europeu, em 25 de abril de 2019, em Praga. AFP - MICHAL CIZEK
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Uma grande foto de Wilders à frente de outros quatro nomes de peso da extrema direita no bloco estampa a capa do Libération, em preto e branco: a francesa Marine Le Pen, a italiana Giorgia Meloni, o húngaro Viktor Orban e o eslovaco Robert Fico. O jornal progressista explica que, depois de quase 20 anos de vida política na Holanda, o líder do Partido pela Liberdade (PVV) finalmente conseguiu se eleger depois de aliviar o tom do discurso, mas sem mudar uma vírgula do seu projeto de restringir fortemente a presença de imigrantes no país.

O diário sublinha que essa mudança de tom se tornou o fio condutor que liga os diferentes partidos de extrema direita europeus: eles compreenderam que essa é a única estratégia que pode levá-los ao poder não apenas nos seus países, como no comando da União Europeia.  

O jornal conservador Le Figaro também dá destaque à vitória de Wilders, ressaltando que “o populista venceu impulsionado pela rejeição da imigração”. A publicação afirma que os diferentes governos holandeses nas últimas duas décadas não responderam com medidas à insatisfação da população contra o aumento da imigração. O resultado, agora, é a eleição de Wilders, “um terremoto populista” que é “orgulhoso de ser comparado a Donald Trump”, nota o Figaro.

'Obsessão' pelo islã

Le Parisien salienta que o político é “obcecado pelo islã” e relembra um comício dele em 2014, que resultou em uma condenação judicial por racismo. Na ocasião, ele gritava para os seus eleitores: “vocês querem mais ou menos marroquinos?”, e a militância respondia “menos!”. “Nós vamos nos encarregar disso!”, garantia Wilders. O diário francês diz que, nove anos depois, o líder do PVV “nunca esteve tão próximo de cumprir a promessa.

Nas eleições antecipadas de quarta-feira (22), Wilders obteve 37 cadeiras no Parlamento e superou com folga a aliança de esquerda de Frans Timmermans, com 25 cadeiras, e do bloco de centro-direita VVD, com 24. A União Europeia recebe a vitória da extrema direita na Holanda com receio, já que o PVV prometeu um referendo sobre a permanência do país no bloco. 

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