Paris tem virada de Ano-Novo otimista e animada na avenida Champs Elysées
Milhares de franceses e turistas – cerca de 300.000 pessoas – se reuniram na Champs Elysées, em Paris, para festejar a chegada de 2020. A avenida que os franceses reivindicam como "a mais bela do mundo" viveu uma noite festiva, bem diferente da atmosfera de protestos dos "coletes amarelos", que marcaram o ano de 2019.
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Apesar da greve que paralisa o sistema de transporte público na capital desde 5 de dezembro contra o projeto de reforma da Previdência, parisienses, franceses vindos de outras regiões do país e turistas do mundo inteiro lotaram a avenida mais famosa de Paris desde 21h no horário local, 17h em Brasília. Quem veio de longe chegou à pé ou utilizou as inúmeras bicicletas e patinetes de aluguel espalhadas pela cidade.
Todos os visitantes tiveram de passar por barreiras de controle policial, instaladas em várias ruas de acesso à avenida para serem revistados. Mas as pessoas se entregaram a esse ritual de bom humor, o que garantiu uma virada alegre. Alguns "coletes amarelos" driblaram a proibição de protestos decretada pelas autoridades e se misturaram à multidão gritando "Macron demissão". Mas a abordagem da polícia foi tranquila e sem maiores incidentes.
Às 23h45 começou o espetáculo de projeção de imagens e luzes no Arco do Triunfo, organizado pela prefeitura com o apoio da grife Dior. Nas paredes do monumento, os espectadores foram brindados com dados sobre a capital. Os espectadores souberam, por exemplo, que 8 milhões de pessoas se deslocaram para apreciar as vitrines de Natal nas grandes lojas de departamento neste fim de ano. Os estrangeiros descobriram que a avenida que ocupavam para aguardar a chegada do Ano-Novo tem 1.910 metros de comprimento. Também foram informados de que os elevadores da Torre Eiffel percorrem 103.000 quilômetros por ano. "Paris capital moda" e a contagem regressiva dos 1.669 dias que faltam para a abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, na capital, também foram projetados no monumento.
A dez segundos da meia-noite, começou a contagem regressiva, seguida por um show de fogos de artifício e música. As canções escolhidas privilegiaram temas como tolerância, amor e otimismo. Em meio à confraternização, os votos de feliz Ano-Novo eram pronunciados em várias línguas.
Em seus votos aos parisienses, a prefeita Anne Hidalgo fez um apelo para que Paris continue a ser uma cidade "tolerante, respeitosa, solidária, orgulhosa de sua história e voltada para o futuro".
Je vous souhaite à toutes et tous une très belle et heureuse année 2️⃣0️⃣2️⃣0️⃣ ! 💝 #Paris #NouvelAn2020 #NouvelAn pic.twitter.com/XaVLmQMbwe
Anne Hidalgo (@Anne_Hidalgo) December 31, 2019
Incidentes em Estrasburgo
A 491 km de Paris, em Estrasburgo (leste) a noite do réveillon foi agitada. Tumultos foram registrados em vários bairros da cidade e bombeiros e policiais foram visados por fogos de artifício. O prefeito da cidade francesa pediu calma e respeito em uma mensagem publicada nas redes sociais. Em Haguenau, também na Alsácia, uma pessoa morreu vítima dos fogos.
Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, 140.000 policiais, soldados e bombeiros estiveram mobilizados para a noite do réveillon em todo o país.
Em pronuciamento, Macron defende reforma da Previdência
Em seu discurso de Ano-Novo, o presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que manterá a reforma da Previdência. As reuniões entre os sindicatos e o primeiro-ministro vão acontecer entre os dias 7 e 22 de janeiro, quando o projeto de lei deve ser enviado ao Parlamento francês.
Macron voltou a dizer que a proposta de um novo regime de pontos é mais justa e igualitária. Em meio a uma das greves mais longas da história da França, o presidente francês, contrariamente ao que era esperado, não adotou um tom apaziguador, e disse que não cederá "ao pessimismo e à paralisia". O discurso foi bastante criticado pela oposição.
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