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Com bares e restaurantes fechados, 500 pessoas se reúnem em festa clandestina na França

A polícia francesa flagrou uma festa clandestina com centenas de pessoas na noite de sábado (12), em Marselha, no sul da França. Como o país está em lockdown para lutar contra a Covid-19, eventos com mais de 10 pessoas estão proibidos, e bares, restaurantes e casas noturnas continuam fechados. O governo anunciou não ter previsão de reabertura.

Centenas protestam em Paris nesta segunda-feira (14) contra fechamento de bares e restaurantes para conter Covid-19
Centenas protestam em Paris nesta segunda-feira (14) contra fechamento de bares e restaurantes para conter Covid-19 AP - Thibault Camus
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Quase 500 pessoas participavam de uma festa em um salão normalmente usado para casamentos sem respeitar medidas de distanciamento social e sem usar máscaras, segundo mostram vídeos publicados em redes sociais. A polícia chegou no local por volta da 1 hora da manhã, alertada pelos vizinhos.

A polícia também encontrou no lugar drogas e grande quantidade de álcool, servido em bares instalados pelos organizadores. Segundo Rudy Manna, secretário departamental do sindicato da polícia Alliance, em entrevista à France 3, os participantes foram multados em 135 euros por não respeitar o lockdown.

De acordo com o proprietário, a sala, de 300 metros, teria sido alugada por uma agência de eventos que queria estocar material. “Eu pedi que não fizessem festas”, afirmou à televisão France 3, anonimamente. Ele também disse que suspendeu o contrato de locação de três meses que deveria terminar no fim de dezembro. A locação teria permitido ao dono do local compensar um prejuízo de 40% que teve com o fechamento de seu café durante a pandemia de Covid-19.

Segundo um vizinho do local, que acordou com o barulho as 2 horas da madrugada, não foi a primeira vez que uma festa deste tipo foi organizada no local. “Todos os fins de semana, jovens bêbados saem desse lugar”, diz.

 

 

Investigação

Eventos como este foram descobertos anteriormente na França. Só neste fim de semana, festas clandestinas aconteceram em outras regiões como em Nantes (Noroeste) ou Estrasburgo (Nordeste). Em novembro, um evento ilegal reuniu entre 300 e 400 pessoas em Joinville le Pont, na região parisiense. Na ocasião, duas pessoas foram indiciadas por “ameaça deliberada à vida de outro”. Mas nenhuma delas contou com tantos participantes. A entrada custava 150 euros para duas pessoas, com uma garrafa de bebida inclusa.

Uma investigação foi aberta e a polícia da região Bouches-du-Rhône, onde está Marselha, indicou que “proprietários e organizadores deverão responder por seus atos”.

Revolta do setor dos restaurantes

A festa clandestina acontece em meio à revolta de proprietários de restaurantes e bares que estão fechados desde 30 de novembro. Uma manifestação foi organizada nesta segunda-feira por trabalhadores do setor, em Paris. “Somos uma profissão que está desesperada”, alerta Didier Chenet, presidente da associação dos profissionais independentes da hotelaria e da restauração, à rádio Franceinfo.

No final de novembro, o primeiro-ministro Jean Castex indicou que os restaurantes poderiam abrir a partir de 20 de janeiro se, com o período de festas de fim de ano, o número de casos de Covid-19 não voltasse a subir. Mas o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, declarou nesta segunda-feira (14), em entrevista ao canal de televisão Franceinfo, que não podia dizer com certeza quando seria a reabertura. “Seria desonesto”, acrescentou.

Le Maire afirmou que receberia os donos de restaurantes nas próximas semanas para tomar as medidas “necessárias de acompanhamento durante este longo período, porque eles vivem momentos terríveis”.

 

 

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