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Cinema francês ainda é viciado em mostrar fumantes no telão, revela pesquisa

Na véspera do Dia Mundial Sem Cigarro, comemorado no dia 31 de maio, a Liga Francesa contra o Câncer publicou uma pesquisa com mais de 150 filmes mostrando que o cinema francês ainda é viciado em personagens fumantes. Com referências ao tabaco aparecendo em quase todas as produções nacionais, a organização diz que os jovens franceses estão particularmente em risco com esta exposição.

Alain Delon e Romy Schneider durante as filmagens de "La Piscine", em 1968.
Alain Delon e Romy Schneider durante as filmagens de "La Piscine", em 1968. STF/AFP
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"O tabaco é quase onipresente nos filmes franceses", disse a Liga Francesa contra o Câncer.

Com 2,6 minutos de tempo de tela em média por filme, o cigarro obtém uma exposição equivalente a seis anúncios publicitários, disse a pesquisa da Ipsos para a Liga, com base em 150 filmes examinados.

"Entre 2015 e 2019, 90,7% dos filmes incluem pelo menos um evento, um objeto ou uma linha relacionada ao tabaco", disse a organização. Isso inclui um personagem fumando, a presença de cinzeiros e cigarros, ou um personagem falando sobre fumar, segundo a Liga.

Mais de uma década após a entrada em vigor de uma ampla proibição do fumo em ambientes fechados na França, os filmes mostram as pessoas fumando em espaços públicos mais do que nunca, disse a Liga.

Mais de 20% das cenas de fumo ocorrem em escritórios ou outros locais de trabalho, e quase o mesmo número em cafés, restaurantes ou casas noturnas, descobriu a pesquisa.

Visando os jovens

Uma pesquisa entre jovens adultos franceses acompanhados pelo estudo descobriu que quase 60% deles consideravam essas cenas um incentivo ao fumo, e quase o mesmo tanto achava que a indústria do tabaco estava envolvida na imersão de produtos nas cenas dos filmes.

"A Liga denuncia energicamente a exaltação do fumo nos filmes franceses nos últimos 15 anos", disse o presidente da organização, Axel Kahn, em um comunicado, também culpando "as campanhas dirigidas aos jovens, que são tão agressivas quanto insidiosas".

O estudo, programado antes do Dia Mundial Sem Tabaco, foi divulgado no momento em que a autoridade de saúde francesa relata que, no ano passado, contabilizou o fim de uma tendência de queda de anos no consumo de cigarro na França.

Culpando um "contexto de crise social" em um ano marcado pela Covid, a agência disse que pessoas de baixa renda fumaram mais do que em 2019, e menos fumantes tentaram parar de fumar.

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