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França presta última homenagem a Belmondo, ator francês que atravessou gerações e épocas

A França prestou homenagem nacional nesta quinta-feira (9) ao ator Jean-Paul Belmondo, com a presença do mundo do cinema, dos esportes e da política. Em seu discurso, o presidente Emmanuel Macron disse que Belmondo representava os "30 anos gloriosos" da França, em um discurso que relembrou a herança do astro francês.

A homenagem nacional ao ator Jean-Paul Belmondo, nos Invalides, em Paris, em 9 de setembro de 2021.
A homenagem nacional ao ator Jean-Paul Belmondo, nos Invalides, em Paris, em 9 de setembro de 2021. AFP - LUDOVIC MARIN
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Os netos de Belmondo abriram a celebração com uma homenagem ao avô. “Ao longo da vida, ele não parou de buscar a felicidade, mas também de dar”, disse Victor Belmondo. “Ele será sempre um sol. O sol não se apaga, ele brilha e irradia em todos os lugares. Ele se põe em um lugar e volta a nascer em outro. Ele era um sol eterno”, disse, emocionado.

Em seguida, o presidente Emmanuel Macron fez um discurso em que ressaltou a importância do percurso de Belmondo como artista popular e de sua herança para as novas gerações de atores.

“Belmondo era da família (..) Herói de mil faces no qual sempre encontrávamos um de nossos conhecidos”, disse, lembrando que o artista acompanhou os franceses por seis décadas. “Belmondo foi a figura que ultrapassou estilos e atravessou épocas”. De estrela do cinema da Nouvelle Vague ao cinema popular, rememorou o chefe de Estado, ele foi “o rosto da França dos trinta [anos] gloriosos [entre 1945 e 1975].” “Imortal não somente por seus filmes, mas porque ensinou sua arte à nova geração”, completou.

Belmondo ficou conhecido com o filme de Jean-Luc Godard, Acossado (1960), um dos mais importantes cineastas da Novelle Vague, nos movimentados anos 1960 em Paris. “Belmondo é um pouco como nós, mas em melhor”, disse o presidente francês.

Público presente

Um dos momentos de maior emoção da cerimônia foi a saída do féretro dos Invalides ao som da célebre trilha sonora de O profissional, Chi Mai, de Ennio Morricone, e sob o aplauso dos fãs. Por razões de segurança, apenas 1.000 pessoas foram autorizadas a participar da homenagem no interior dos Invalides, além da família, próximos do artista e autoridades.

Alguns fãs esperaram até 14 horas debaixo do sol em um dia de calor em Paris. De todas as idades e vindos de vários países, muitos repetiram que Bébel, como era conhecido na França, era mais do que um ator, mas o representante de uma época, de uma geração. Alguns se fantasiaram como personagens de filmes, como Alexandre Drupé, de Guignolo (1980), onde o destemido ator aparece em uma cena mítica pendurado em um helicóptero vestindo smoking e calção.

Uma das fãs que assistia a homenagem na explanada dos Invalides disse que “Belmondo era um antidepressivo” e que “as entradas dos filmes deveriam ser prescritas e reembolsadas pela saúde pública”. Essas também foram as palavras do ator Jean Dujardin que afirmou que o Belmondo era “um remédio”. “Era o sorriso da França”, disse. “Tenho vontade de rir e de chorar de rir. Era o que ele queria”, disse Dujardin, que era um amigo próximo de Belmondo.

Além de Dujardin, outras personalidades do cinema francês marcaram presença na última homenagem ao “magnifico”, entre eles, as atrizes Marion Cotillard, Natalie Baye e Bérenice Béjo, e o diretor Michel Hazanavicius. O ator e diretor francês Guillaume Canet disse que “quando crianças, todos queríamos parecer com ele”.

Além de personalidades do cinema, o mundo do esporte também foi representado pelo ex-campeão de boxe Brahim Asloum e pelo ex-jogador e treinador do Paris Saint-Germain Luis Fernandez.

Grande amante de boxe e um dos fundadores do PSG, o astro foi homenageado pelo jornal L'Équipe, com uma reportagem fotográfica sobre a relação de amor que mantinha com o esporte.

O público ainda poderá dizer o último adeus a Belmondo, que faleceu na segunda-feira (6), na noite desta quinta-feira. As portas dos Invalides foram abertas às 19h30 (em Paris) para acolher os que queiram se recolher diante do féretro. 

O velório será realizado na sexta-feira (10), na igreja de Saint-Germain-de-Près, em Paris, com a presença apenas de familiares e amigos.

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