Maior prêmio literário da França cria categoria para aproximar literatura de universo carcerário
O Goncourt, a maior premiação literária da França, criou uma categoria especial para celebrar a literatura produzida nos presídios franceses. Os ministros franceses da Justiça e Cultura lançaram em conjunto o "Goncourt des Détenus" - o primeiro "Goncourt dos Detentos".
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Um novo prêmio literário, o "Goncourt dos Detentos", foi lançado na segunda-feira (14) pelos ministros franceses da Cultura, Roselyne Bachelot, e da Justiça, Éric Dupond-Moretti, na prisão de Aix-Luynes, no sul da França. O vencedor, escolhido entre 15 trabalhos selecionados e submetidos ao voto dos prisioneiros em 30 estabelecimentos penitenciários que se candidataram, "será anunciado em 15 de dezembro", explicou Roselyne Bachelot.
"Esta iniciativa reúne dois mundos erroneamente considerados distantes, o da criação literária e o do mundo penitenciário", disse a ministra da Cultura, lembrando "a ligação íntima" entre certas "obras-primas da literatura e o drama da detenção". Ela citou em particular o escritor Jean Genet, que foi preso por roubar livros, entre outras coisas.
"É um projeto ambicioso" que visa "fazer com que os presos se interessem pela literatura" para melhor "reintegrá-los à sociedade", acrescentou o ministro da Justiça. "A Academia Goncourt tem o prazer de ser associada a este projeto, que tem como modelo o Goncourt des Lycéens, que existe desde 1988", disse Philippe Claudel, o secretário-geral da Academia, fazendo uma refência ao prêmio dos estudantes.
O Centro Nacional do Livro da França declarou que financiaria "a compra dos livros" e "asseguraria também sua entrega" aos centros de detenção. Os prisioneiros são um dos grupos-alvo desta instituição pública, que havia financiado 20 "projetos-piloto" em favor da leitura, apenas em 2021.
Novo protocolo para promover a cultura na prisão
Durante a visita à prisão, Bachelot e Dupond-Moretti também assinaram um novo protocolo para promover a cultura na prisão.
"O novo protocolo reafirma o desejo de oferecer aos presos um verdadeiro programa cultural, com a possibilidade de participar dele e de se expressar artisticamente", explicou a ministra Bachelot. "Ele é engajado em promover a oferta cultural para menores e reafirma a importância da formação cultural para o pessoal penitenciário, facilitadores e detentos", acrescentou ela.
(Com AFP)
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