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Governo francês celebra primeira vitória na Assembleia de projeto que melhora poder aquisitivo

A Assembleia Nacional francesa adotou nesta sexta-feira (22), em primeira leitura, o projeto de lei que institui medidas para aumentar o poder aquisitivo da população. A votação terminou pouco antes das 6h da manhã. A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, elogiou "a vitória do espírito de responsabilidade, para proteger os cidadãos."  

Governo obteve primeira vitória sobre projeto de lei que aumenta poder aquisitivo dos franceses
Governo obteve primeira vitória sobre projeto de lei que aumenta poder aquisitivo dos franceses REUTERS/Charles Platiau
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O projeto de lei apresentado pelo governo foi debatido durante quatro dias e representa o primeiro grande teste para o presidente francês, Emmanuel Macron. O texto foi aprovado por 341 votos a favor, 116 contra e 21 abstenções, e agora deve receber a aprovação do Senado. A esquerda manteve forte oposição ao que considerou "uma declaração de guerra aos trabalhadores". 

Nas eleições legislativas de junho no país, o presidente francês perdeu a maioria parlamentar. Na sequência, não conseguiu formar um governo de coalizão, o que significa que terá de negociar cada projeto com os opositores dos partidos de direita, extrema esquerda e extrema direita. 

O projeto de lei aprovado triplica o benefício máximo de até € 6.000 (US$ 6.100) livre de impostos e encargos que as empresas podem pagar a seus funcionários e limita os aumentos de aluguel a 3,5%. Outras medidas incluídas buscam facilitar o cancelamento de assinaturas online e desvincular o benefício para adultos com deficiência da renda de seu cônjuge, o que o governo tinha se recusado até agora.

Os conservadores e a extrema direita elogiaram alguns "avanços" para limitar a alta dos preços e a crise energética no bolso dos franceses. Os socialistas, por sua vez, lamentaram que apesar da recente derrota nas urnas, "Macron não mudou seus métodos" e não se esforçou para satisfazer as demandas da esquerda sobre o projeto. 

Nesta tarde, os deputados retomarão os debates sobre o projeto de lei das Finanças, que propõe o desconto de combustível de 18 centavos, estabelece um teto tarifário sobre o preço da energia e o fim da taxa que financia parte do setor audiovisual público.

A guerra na Ucrânia fez o preço do gás explodir na França
A guerra na Ucrânia fez o preço do gás explodir na França AFP - ERIC PIERMONT

Aumento dos preços

Como o resto da Europa, a França enfrenta o aumento dos preços da energia e dos alimentos, agravados pela ofensiva russa na Ucrânia. A inflação aumentou 5,8% ano a ano em junho, de acordo com o Instituto Nacional de estatísticas Insee. Desde o final de 2021, o governo multiplicou medidas para ajudar famílias e empresas em contexto pré-eleitoral, principalmente quando o primeiro mandato de Macron foi marcado por protestos sociais, como o dos "coletes amarelos".

 As críticas se concentram principalmente no setor de energia. Enquanto a Europa busca a independência do gás russo, a França está abrindo as portas para outras fontes, incluindo o gás de xisto dos Estados Unidos, e para a retomada de uma usina a carvão. "Substituir o gás de [Vladimir] Putin pelo gás de xisto dos EUA... é uma loucura", disse a deputada ambientalista Delphine Batho. Para a ministra do ramo, Agnès Pannier-Runacher, trata-se apenas de trocar uma energia fóssil por outra.

O partido no poder, obrigado a negociar desde junho, aceitou sobretudo as emendas apresentadas pelos republicanos (LR), mas também aceitou a autorização do uso de óleos usados como combustível, conforme solicitado pelos ambientalistas. A aprovação final do texto está prevista para o início de agosto.

(Com informações da AFP)

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