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Macron está “desconectado” do povo e França vive “crise existencial”, avalia imprensa

Nesta sexta-feira (7), os jornais franceses analisam mais um dia de manifestações e greves contra a reforma da Previdência, depois que, na véspera, pelo menos 570 mil pessoas voltaram às ruas em todo o país contra a promulgação da lei. Uma nova pesquisa de opinião, publicada pelo Libération, mostrou que o presidente Emmanuel Macron está com uma imagem de “autoritário” e “afastado do povo”.

"Macron declarou a guerra ao povo", diz cartaz de manifestante contra a reforma da Previdência, em Paris,  06/04/2023.
"Macron declarou a guerra ao povo", diz cartaz de manifestante contra a reforma da Previdência, em Paris, 06/04/2023. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
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A pesquisa, do instituto Viavoice a pedido do jornal, indicou que apenas 26% das pessoas ouvidas têm uma imagem positiva do chefe de Estado, número que chegava a 33% há um ano. Macron mantém esse índice de popularidade junto às classes mais escolarizadas e com maiores salários, porém os números se invertem junto aos profissionais menos qualificados. Entre estes, a opinião negativa do presidente chega a 70%, afirma a reportagem de capa, cuja manchete é “Macron e os franceses, a desconexão”.

“O presidente está pagando à vista a sua gestão da crise das aposentadorias, a falta de diálogo com os sindicatos, as condições para a análise do projeto na Assembleia e, é claro, o uso do artigo constitucional 49.3 [para a aprovação da reforma sem votação]”, explica o diário progressista.

País "abandonado"

Num tom mais crítico ao impasse que já dura quase quatro meses, o conservador Le Figaro relata que, com a repetição das greves, dos protestos e das violências, a crise social no país “não sai do lugar e a política se afundou num preocupante processo de autodestruição”. “O governo avança como uma galinha sem cabeça, enquanto uma ministra posa para a Playboy”, ressalta o jornal.

Enquanto isso “o país, quase abandonado, assiste ao sucateamento” dos serviços públicos e ao aumento dos preços e da violência. Para o Figaro, a crise por que passa a França não é democrática, como afirmam os líderes sindicais, mas sim existencial.

Le Parisien, por sua vez, destaca que o Executivo espera que a decisão do Conselho Constitucional francês sobre a promulgação da nova lei poderá “virar a página da fúria contra a reforma da Previdência”. Nove deputados da esquerda entraram com recurso contra o texto no conselho, que vai anunciar o seu parecer no próximo dia 14. Macron deve voltar a falar sobre o assunto apenas depois desta data, antecipa o diário francês.

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