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Após promulgar reforma da Previdência, Macron tentará acalmar revolta social com discurso na TV

Qual será o discurso adotado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na noite desta segunda-feira (17)? A França inicia a semana sob forte desconfiança em relação ao pronunciamento que o chefe de Estado fará em cadeia nacional de rádio e TV. O fim de semana foi agitado, com protestos em todo o país, após a promulgação da lei da controversa reforma da Previdência. 

O presidente francês, Emmanuel Macron, na última sexta-feira (14), poucas horas antes de promulgar a controversa reforma da Previdência.
O presidente francês, Emmanuel Macron, na última sexta-feira (14), poucas horas antes de promulgar a controversa reforma da Previdência. via REUTERS - POOL
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"Um governo a ser relançado" é a manchete do jornal La Croix, que estampa sua capa com uma foto de Macron de costas. Para o diário, o presidente tem pressa em dar sequência a seu governo, paralisado por uma contestação social histórica contra um projeto que aumentará a idade mínima das aposentadorias dos trabalhadores de 62 para 64 anos. Em editorial, intitulado de "Escutar", o jornal afirma que o executivo conseguiu aprovar a lei, mas "a que preço?", pergunta.

"Macron e o desafio de se reconectar aos franceses" é o título de uma das matérias principais do jornal Le Parisien. Para o diário, refazer os laços com a população é uma etapa obrigatória deste segundo mandato do presidente, mas os institutos de pesquisa apontam que a popularidade de Macron atingiu o nível mais baixo desde a crise dos coletes amarelos, e está hoje em torno de 28% de aprovação. "As pessoas o detestam", afirma uma fonte do governo sob anonimato ao jornal, reconhecendo que a imposição da reforma da Previdência sem o voto dos deputados foi "uma brutalidade". 

"A presidência visa o apaziguamento, mas o clima está longe de ser calmo no país", afirma o diário Les Echos. Os últimos episódios da longa saga só atiçaram ainda mais a revolta, continua o jornal, lembrando a aprovação da lei pelo Conselho Constitucional na sexta-feira (14) e sua rápida promulgação por Macron algumas horas depois. Assinando o texto, Macron decidiu não escutar os apelos das centrais sindicais de esperar ao menos 48 horas, uma atitude considerada "desprezante" e "vergonhosa" pela oposição.

Democracia em perigo

"SOS democracia" é a manchete do jornal Libération, que estampa sua capa com uma imagem fragmentada de Marianne, símbolo da República francesa. O diário destaca uma pesquisa do instituto Viavoice que aponta que 76% da população acredita que a democracia vai mal na França. O motivo: "um presidente considerado autoritário e políticos desconectados da realidade do povo", publica. 

Em seu editorial, Libé avalia que Macron "é um chefe de Estado profundamente enfraquecido, na França como no exterior, por três meses de um combate contra seu próprio povo". Diante das dificuldades do governo para passar seus projetos de lei, o diário é cético sobre o futuro do executivo que, "ao invés de dar voz ao povo, está pensando em como adotar as futuras reformas desejadas por Macron".

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