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Relatório francês denuncia conteúdos pornográficos racistas e "ultraviolentos"

Um relatório impressionante do Alto Conselho francês de Igualdade entre Mulheres e Homens coloca a pornocriminalidade no centro da atenção da imprensa francesa desta quarta-feira (27). O documento revela a "ultraviolência" comum ao segmento, e a impunidade que beneficia esta indústria. O Conselho pede que os conteúdos ilícitos sejam sistematicamente bloqueados.

Relatório francês revela que conteúdos pornográficos online exibem vídeos em que mulheres são "caricaturadas com os piores estereótipos sexistas e racistas, humilhadas, tratadas como objetos, desumanizadas, violentadas e torturadas".
Relatório francês revela que conteúdos pornográficos online exibem vídeos em que mulheres são "caricaturadas com os piores estereótipos sexistas e racistas, humilhadas, tratadas como objetos, desumanizadas, violentadas e torturadas". http://www.belaruspartisan.org
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O assunto ocupa a capa do Le Figaro, que destaca a constatação do documento de uma assustadora explosão de violência nos sites que divulgam conteúdo pornográfico. Milhões de vídeos, acessíveis a um único clique, exibem atos de tortura e de barbárie, afirma o artigo. O estudo será encaminhado ao governo francês nesta quarta-feira.

A Justiça francesa constata na prática os danos que a pornografia gera principalmente entre os menores de idade. Uma magistrada entrevistada pela publicação fala de uma "geração sacrificada" de 5 a 15 anos de idade, e alerta para a urgência de proteger os mais novos.

De acordo com o relatório, 90% dos vídeos online exibem violências físicas ou sexuais, uma realidade "intolerável" hoje, quando o direito das mulheres é uma das prioridades do governo francês, critica o Alto Conselho ao constatar que "a indústria pornográfica prospera sobre a raiva e a violência contra as mulheres, sob grande indiferença e uma total impunidade".

"Um massacre ilegal de fins lucrativos", sintetiza Sylvie Pierre-Brossolette, presidente do Alto Conselho de Igualdade entre Mulheres e Homens.

"Estereótipos sexistas e racistas"

Ainda de acordo com o documento, nestes vídeos, as mulheres são "caricaturadas com os piores estereótipos sexistas e racistas, humilhadas, tratadas como objetos, desumanizadas, violentadas e torturadas".

Nas quatro principais plataformas de pornografia (Pornhub, XVideo, Xnxx e Xhamster), que foram usadas como base para o estudo, as mulheres são classificadas por categorias e palavras-chaves, descreve o texto, que estima em 1,4 milhão o número de vídeos com práticas sádicas, em que 200 mil mostram situações humilhantes e 1,5 milhão utilizam categorias racistas.

O assunto também recebe atenção do Le Monde, que destaca a importância de se reforçar o controle do acesso de menores a este universo no futuro projeto de lei sobre a regulamentação digital, a ser apresentado à Assembleia Nacional, com a intenção de sancionar com mais rigor os sites que divulgam conteúdos pornográficos.

O Conselho espera dar à Autoridade de Regulação da Comunicação Audiovisual e Digital o poder de "bloquear os sites pornográficos que não apliquem o controle de idade efetiva". Ainda que já previstas na lei, a indústria do pornô alega dificuldades técnicas para implementar tais medidas.

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