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Macron anuncia ajuda de € 50 milhões para enfrentar enchentes no norte da França

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou nesta terça-feira (13) o departamento do Pas-de-Calais, no norte da França, parcialmente devastado por inundações. Ele anunciou que mais de 200 municípios foram classificados em estado de calamidade natural e prometeu um “fundo de apoio” de € 50 milhões (R$ 262 milhões).

O presidente francês Emmanuel Macron (segundo a esquerda) fala com residentes de Le Doulac, no norte da França, na terça-feira, 14 de novembro de 2023.
O presidente francês Emmanuel Macron (segundo a esquerda) fala com residentes de Le Doulac, no norte da França, na terça-feira, 14 de novembro de 2023. AP - Aurelien Morissard
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Enquanto continua a chover no norte de França, Emmanuel Macron viajou à região e encontrou as vítimas das enchentes em Blendecques, no Pas-de-Calais. Ele também anunciou a classificação em estado de calamidade natural de 244 municípios.

Emmanuel Macron liberou um fundo de apoio aos governos locais de € 50 milhões para cobrir as primeiras despesas antes de uma possível reavaliação do montante atribuído. 

Na localidade de Blendecques, a água, que chegou a atingir um metro, baixou, mas cerca de 50 moradores ainda continuam desabrigados e tiveram que dormir na noite de segunda-feira num ginásio, que acomodava até 700 pessoas.

“Nossa solidariedade e nosso apoio serão refletidos pela classificação de todos os municípios que tiverem solicitado em caso de desastre natural", anunciou Emmanuel Macron, acompanhado pela esposa Brigitte Macron, e na presença do presidente de Hauts-de-France, uma das regiões mais atingidas, Xavier Bertrand.

Macron acrescentou que o sistema de classificação, que aciona uma série de compensações financeiras, era flexível e aberto a outros municípios.

O sistema de desastres agrícolas também será implantado para “apoiar e compensar” os agricultores que tiveram suas colheitas destruídas pelo mau tempo.

Tsunami

Para chegar aos municípios afetados é preciso atravessar rios que transbordaram, estradas fechadas e outras que ainda estão parcialmente inundadas. No campo, as plantações estão alagadas e as linhas de energia e as árvores caíram pela força dos ventos da tempestade que causou as inundações.

Recebemos um tsunami na cara”, diz Estelle Doutriaux, prefeita de Bourthes, um vilarejo de 850 habitantes. Em apenas um mês, caiu na região o equivalente a metade da precipitação anual habitual. Eleita em 2020, o mandato da prefeita teve início com a crise da Covid-19.​ Como na época da pandemia, ela conta que esta “primeira onda” que se abateu sobre sua pequena aldeia, forçou a evacuação dos habitantes. 

“Os bombeiros vieram com seus barcos, mas a corrente era forte demais para navegar", diz ela sobre as ruas inundadas da cidade. “Hoje, ninguém está preso em casa. As águas baixaram e todos podem circular e fazer compras. Mas temos pessoas que perderam tudo, cujas casas foram completamente devastadas pela água", diz Estelle Doutriaux à RFI em um centro de crise instalado em uma escola da cidade.

Na noite de segunda-feira (13), os moradores se prepararam para mais chuvas. “As estradas ainda estão transitáveis, mas deve cair 20 milímetros por volta das 4h. Isso significa que amanhã de manhã provavelmente não poderei mais passar por aqui para ajudar”, explicava Sébastien Wallet, apontando para um carro capotado na beira da estrada. Vereador na Câmara Municipal do vilarejo vizinho de Senlecques poupado pelas águas, ele veio prestar auxílio.

Segundo Jean-Christophe Castelain, vice-prefeito de Blendecques, 32 ruas e 862 casas foram afetadas pelo mau tempo na cidade, que sofreu, como todo Pas-de-Calais, as consequências da tempestade Ciaran em 2 de novembro, como o recorde de enchentes em 7 de novembro e chuvas intensas na quinta e na sexta-feiras. “Nada de bom está previsto para os próximos dias, muitos moradores estão no limite”, diz. 

(RFI et AFP)

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