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Pesquisa revela que nova geração francesa é mais sexista e defende valores mais conservadores

O relatório anual do Conselho Superior para a Igualdade, publicado nesta segunda-feira (22) na França, revela que os homens franceses com idades entre 25 a 34 anos são mais sexistas em seus comportamentos do que os de faixas etárias mais velhas. A pesquisa aponta que o machismo continua impregnado na sociedade francesa, após anos de luta feminista no país.  

O sexismo cresceu entre homens jovens franceses, mostra pesquisa
O sexismo cresceu entre homens jovens franceses, mostra pesquisa Getty Images - Pyrosky
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No relatório anual intitulado “Combater as raízes do sexismo”, o organismo independente francês aponta "a família, a escola e a internet" como três "incubadoras” do sexismo, que não só se mantém, mas piora entre os jovens franceses ao longo do tempo.  

De acordo com o levantamento, nove em cada dez mulheres afirmam ter vivido pessoalmente uma situação sexista.  

A pesquisa ouviu 3.500 pessoas acima de 15 anos de idade. Os resultados apontam que 70% das entrevistadas acreditam que não receberam o mesmo tratamento que os seus irmãos na vida familiar e 38% sofreram tratamento desigual na escola.  

Outro aspecto levantado pela sondagem: os homens jovens são mais sexistas do que os mais velhos. Os dados mostram que 28% daqueles com idades entre 25 a 34 anos pensam que “os homens são mais adequados para serem chefes”. 

O número de homens mais jovens que acreditam que o feminismo ameaça o lugar deles na sociedade também é maior. Além disso, 52% reclamam que não podem mais seduzir mulheres sem serem acusados de sexistas. 

Difícil para eles

Entre os homens de menos de 35 anos, muitos compartilham o sentimento de serem "menos bem tratados na sociedade atual em razão do gênero".

Para dar um exemplo, um de cada cinco homens dessa faixa etária "considera normal ter um salário superior a uma colega no mesmo posto".  

Na categoria entre 25 e 35 anos, um a cada três homens estima ser normal que uma mulher pare de trabalhar para tomar conta dos filhos. Eles eram 25% a pensar assim na última edição do estudo. 

Sexismo na internet

O Conselho Superior para a Igualdade está preocupado com hashtags propagadas nas redes sociais que pregam o retorno da mulher a papeis tradicionais e à namorada que fica em casa esperando pelo parceiro.

No TikTok, vídeos mostram o cotidiano de jovens adultas sem trabalho e sem filhos, devotadas aos namorados, em ambientes bem decorados e muito organizados. 

Os pesquisadores analisaram "os 100 conteúdos mais vistos nas plataformas digitais" (Youtube, Instagram e Tik Tok) e constaram que 68% desses vídeos no Instagram "difundiam estereótipos de gênero". No caso do Youtube, o número sobe para 88%, segundo o estudo.  

As mulheres jovens também deram respostas que mostram um aumento do conservadorismo. Quase 60% das entrevistadas acreditam que uma mulher deve privilegiar a vida de família à carreira, um número bem acima da média em outras faixas etárias. 

As repostas fazem o Conselho Superior para Igualdade acreditar que "o sexismo começa dentro de casa, continua na escola e explode online".  

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