Notre Dame é evacuada após suicídio de militante de extrema-direita

O historiador e militante de extrema-direita Dominique Venner, 78 anos, se suicidou com um tiro nesta terça-feira (21), em plena catedral Notre Dame, provocando a evacuação do monumento. Para a líder do Partido Frente Nacional Marine Le Pen, a atitude tem uma conotação política, e visa "acordar o povo francês."

A catedral de Notre-Dame de Paris. Wikipedia Commons/Zuffe

Em uma mensagem publicada nesta terça-feira em seu blog, Dominique Verner, conhecido pelo seu radicalismo, explica que os militantes de extrema-direita não podiam se limitar "à oposição ao casamento gay" e que o grande perigo atual é que a "população francesa fosse substituída", em alusão aos imigrantes de outros continentes.

Em sua conta no Twitter, a líder do partido Frente Nacional e ex-candidata à presidência, Marine Le Pen, disse que o gesto do militante, político, teria sido uma tentativa de "acordar o povo francês", e demonstrou seu respeito pelo historiador.

Depois do drama, a catedral de Notre Dame, um dos pontos turísticos mais conhecidos de Paris, foi rapidamente evacuada, sem maiores incidentes. O reitor da catedral, Monsenhor Patrick Jacquin, disse que Dominique Verner  depositou uma carta no altar, endereçada aos investigadores, antes de seu suicídio. Um segurança também tentou realizar uma massagem cardíaca antes da chegada dos bombeiros.

Paraquedista durante a guerra da Argélia, o historiador integrou a Organização Armada Secreta, grupo clandestino que visava manter a Argélia sob domínio francês. Ele também participou de inúmeras organizações de extrema direita desde os anos 50.