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Indiciamento/atentados de Paris

Justiça francesa indicia Abdeslam, suspeito dos atentados de Paris

Salah Abdeslam, o único sobrevivente dos terroristas que cometeram os atentados de 13 de novembro em Paris, foi indiciado nesta quarta-feira (27) por assassinato por um juiz francês. Ele foi entregue pela Bélgica à justiça francesa pela manhã.

Segurança reforçada no Palácio da Justiça, em Paris, onde Salah Abdeslam foi questionado por juízes franceses.
Segurança reforçada no Palácio da Justiça, em Paris, onde Salah Abdeslam foi questionado por juízes franceses. REUTERS/Christian Hartmann
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O suspeito foi extraditado por via área sob escolta da Unidade de Elite da Polícia Francesa (GIGN) e desembarcou na França às 9h05 (4h05 de Brasília) e mais tarde foi indiciado por um juiz francês por assassinato em relação a um grupo terrorista e associação criminosa, indicou seu advogado, Frank Berton.

O suspeito voltará a prestar depoimento em 20 de maio e até lá permanecerá em prisão preventiva, acrescentou seu advogado à imprensa. Mais cedo, o ministro francês da Justiça, Jean-Jacques Urvoas, havia informado que caso a prisão preventiva fosse confirmada, o acusado seria levado para a área de isolamento de uma penitenciária da região de Paris.

Com 26 anos, nascido em Bruxelas mas com nacionalidade francesa e origem marroquina, Abdeslam foi detido em 18 de março no bairro de Molenbeek, na capital belga, onde passou grande parte de sua vida, depois de quatro meses de fuga. As autoridades francesas emitiram uma ordem de detenção europeia para solicitar a extradição.

Suspeito fez preparativos dos ataques de Paris

Abdeslam é suspeito de ter desempenhado um papel-chave nos preparativos dos atentados de Paris, que deixaram 130 mortos e centenas de feridos em 13 de novembro de 2015.

Ele foi a pessoa que alugou dois dos três veículos utilizados pelos terroristas, assim como um apartamento na periferia de Paris, no qual ficaram hospedados alguns dos autores dos atentados.

O francês também transportou de carro os três homens-bomba que detonaram suas cargas explosivas nas proximidades do Stade de France. As deflagrações ocorreram no momento em que um amistoso de futebol era disputado entre França e Alemanha, na presença de dezenas de milhares de pessoas, incluindo o presidente francês, François Hollande.

Depois, os fatos são menos claros. Após os atentados de 13 de novembro, Abdeslam estacionou seu veículo no 18° distrito de Paris, bairro citado pelo grupo Estado Islâmico (EI) na reivindicação dos ataques, apesar de não ter sido cenário de nenhuma ação, o que gerou a suspeita de que havia a previsão de outra explosão na área.

Abdeslam desistiu de se implodir

Posteriormente, Abdeslam abandonou um cinturão de explosivos em Montrouge, periferia sul da capital francesa, e de madrugada fugiu com dois amigos que foram buscá-lo, vindos da Bélgica.

Em seu primeiro interrogatório na Bélgica, o suspeito afirmou que também deveria ter detonado uma carga explosiva, mas que renunciou ao plano. Ele também é suspeito de ter desempenhado um papel na constituição dos comandos, pois foi visto ao lado de seus integrantes em diferentes países da Europa nos meses anteriores ao ataque.

Por meio do advogado belga Sven Mary, Abdeslam afirmou que não estava a par dos atentados de Bruxelas, que deixaram 32 mortos em 22 de março, quatro dias depois de sua detenção. Mas ele está vinculado aos três homens que executaram os ataques nesse dia e eles tinham, por sua vez, ligações com os atentados de 13 de novembro.

(com informações da AFP)

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