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Acordo de Paris

Primeiro-ministro da Índia promete "ir mais longe" no combate às mudanças climáticas

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se comprometeu neste sábado (3) a "ir mais longe" que o Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas, após uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.

Premiê indiano, Narendra Modi, conversa com Emmanuel Macron (à direita) neste sábado (3) nos jardins do Palácio do Eliseu.
Premiê indiano, Narendra Modi, conversa com Emmanuel Macron (à direita) neste sábado (3) nos jardins do Palácio do Eliseu. REUTERS/Jacques Demarthon
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Dois dias depois do anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a saída do acordo, Modi afirmou que o compromisso sobre o clima é parte da "herança compartilhada do mundo". Ele disse que seu país é favorável ao pacto global e que, inclusive, irá "mais longe" na luta contra o aquecimento global.

O presidente francês anunciou que viajará para a Índia "antes do final do ano" para a "primeira cúpula da Aliança Internacional pela Energia Solar, criada por França e Índia em 2015, durante a COP21. A coalizão, formada inicialmente por 121 países, busca se expandir.

Ao final de um giro europeu pela Alemanha, Espanha e Rússia, o primeiro-ministro indiano fez escala neste sábado em Paris para se reunir com Macron, que assumiu a presidência no dia 14 de maio. Modi disse que a eleição do centrista pró-europeu "encorajou o mundo". O líder indiano afirmou seu apoio à revitalização da União Europeia, explicando que uma "Europa forte e pujante pode garantir o equilíbrio internacional", e salientou o protagonismo da França nesse processo.

Em uma declaração conjunta, os dois dirigentes reiteraram a cooperação nas áreas de energia renovável, indústria civil e militar e na luta contra o terrorismo.

Políticos locais e empresários prometem liderar a luta pelo clima nos EUA

Isolado na cena internacional por sua decisão, Trump acusou ontem os europeus de buscarem enfraquecer a economia americana com o Acordo de Paris. O republicano também voltou a apontar "exageros" nos estudos científicos sobre as mudanças climáticas. Mas a resistência civil avança no território americano.

O ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, atual representante da ONU para o clima e oitava maior fortuna do mundo, segundo a revista Forbes, prometeu destinar US$ 15 milhões aos esforços internacionais de combate ao aquecimento do planeta, o mesmo valor que a ONU deixará de receber de Washington.

Ao menos 83 prefeitos que representam 40 milhões de americanos, incluindo os de Nova York, Los Angeles, Boston, Houston, Seattle e Chicago, asseguraram em um comunicado conjunto que cumprirão os compromissos do Acordo de Paris.

"Aumentaremos nossos esforços para cortar as emissões, criar uma economia de energia limpa e defender a justiça ambiental. E se o presidente quer romper as promessas feitas a nossos aliados (...) construiremos e fortaleceremos as relações ao redor do mundo para proteger o planeta dos devastadores riscos climáticos", disseram. "O mundo não pode esperar, e nós muito menos", acrescentaram.

As promessas de Washington no Acordo de Paris dependem em grande medida de regulamentações locais.

A prefeitura democrata de Salt Lake City (Utah), Jackie Biskupski, confirmou que se uniu ao grupo de Bloomberg. No ano passado, a cidade se comprometeu com 100% de energia renovável até 2032 e com uma redução de emissões de gases de efeito estufa de 80% em 2040.

A aliança tripartite dos estados de Nova York, Califórnia e Washington, que representa 68 milhões de pessoas, um quinto do PIB nacional e pelo menos 10% das emissões do país, disse que trabalhará para fortalecer programas existentes de luta pelo clima e em novos programas que reduzam as emissões em todos os setores da economia.

Os governadores de Havaí, Colorado, Oregon, Connecticut, Pensilvânia, Virgínia, Minnesota, Rhode Island, Vermont e Alasca defenderam a energia limpa em comunicados. Os governadores de Delaware e o de Ohio, um republicano, criticaram a decisão de Trump.

Inclusive pesos pesados da indústria petrolífera americana, como a ExxonMobil e a Chevron, se manisfestaram em apoio ao Acordo de Paris.

O gerente-executivo da gigante General Electric, Jeff Immelt, pediu no Twitter para a indústria "liderar e não depender de um governo", enquanto a General Motors assegurou que continua defendendo publicamente "a ação e a tomada de consciência sobre o planeta".

Em seu primeiro tuíte, o presidente do banco de investimentos Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse que a decisão de Trump é "um revés" para a liderança americana no mundo.

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