Acessar o conteúdo principal
França

Justiça francesa indicia hospital que contratou anestesista alcoólatra

A justiça francesa decidiu indiciar por homicídio culposo (sem a intenção de matar) o Hospital Público de Orthez, nos Pirineus Atlânticos, após a morte há quase três anos de uma mulher durante uma cesariana. A paciente, que tinha 28 anos na época, morreu de parada cardíaca depois de ser atendida por uma anestesista de nacionalidade belga que estava alcoolizada. A criança foi salva.

O Centro Hospitalar de Orthez (Pirineus Atlânticos) foi acusado nesta quarta-feira (7) de homicídio culposo após a morte de uma mulher durante uma cesariana.
O Centro Hospitalar de Orthez (Pirineus Atlânticos) foi acusado nesta quarta-feira (7) de homicídio culposo após a morte de uma mulher durante uma cesariana. IROZ GAIZKA / AFP
Publicidade

Familiares da vítima estão revoltados até hoje e acreditam que a morte da gestante poderia ter sido evitada, de acordo com o advogado da família, Philippe Courtois. Eles responsabilizam o hospital por ter mantido em seus quadros uma médica que sofria de alcoolismo crônico, apesar dos muitos alertas sobre o seu caso, declarou o advogado. O estabelecimento declarou que vai recorrer da decisão.

O acidente anestésico aconteceu na madrugada de 26 para 27 de setembro de 2014. A médica belga de 45 ans, Helga Wauters, participou da cesariana feita sob anestesia geral devido a complicações no trabalho de parto. A jovem parturiente, Xynthia Hawke, chegou a ser transferida para um hospital maior, em Pau, mas não resistiu e morreu três dias depois do ocorrido.

Na época, a anestesista foi detida e indiciada por homicídio culposo com agravante. Convocada pela polícia no dia da morte da paciente, ela se apresentou na delegacia com 2,4 g/l de álcool no sangue. Em seu depoimento, a médica relatou aos policiais que sofria de um "problema patológico" de dependência de álcool e bebia para superar uma depressão.

Wauters não tinha vínculo empregatício com a maternidade. Formada em 1999, ela teve contratos de curta duração na França e na Bélgica. Em Orthez, a médica fazia parte de uma equipe de profissionais liberais recém-contrada.

As investigações revelaram que a anestesista tinha sido demitida de um hospital na Bélgica por "falta grave", em fevereiro de 2013, e passado por três tratamentos de desintoxicação. O cirurgião obstetra que estava de plantão na noite do incidente também foi indiciado por não ter prestado assistência a uma pessoa em perigo. A equipe médica que trabalhou com a anestesista assinalou "um comportamento estranho" à polícia. "Naquela noite, ela estava com dificuldades para se comunicar e com reflexos lentos", declararam testemunhas.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.