Pesquisa indica queda do uso da pílula na França
A pílula continua sendo o método contraceptivo mais usado na França, mas perde cada vez mais espaço para o DIU (dispositivo intra-uterino), como indica um estudo da Agência Sanitária Francesa de Saúde Pública, publicado nesta segunda-feira (25).
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Em 2010, 45% das mulheres utilizavam a pílula, contra 40,5% em 2013 e 36,5% em 2016. Cerca de 60% das jovens entre 15 e 24 anos utilizam o medicamento. A partir de 25 anos, esse número cai para 47,8% das francesas e despenca para 35,4% entre 30 e 34 anos.
“Apesar do contraceptivo continuar sendo o método contraceptivo mais utilizado, existe uma queda na sua utilização, que teve início em 2012, depois da polêmica sobre os riscos ligados às pílulas de terceira e quarta geração”, indica a pesquisa, realizada de 8 de janeiro a 1 de agosto com 4.315 francesas entre 15 e 49 anos.
A polêmica teve início depois do processo judicial de Marion Larat, que acabou sendo arquivado. Ela foi vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). Segundo ela, o derrame foi provocado pela uso da pílula Méliane, da Bayer, um medicamento que aumenta o risco de acidentes vasculares. Depois que seu caso veio à tona, outras 130 usuárias prestaram queixa junto à Agência Sanitária Francesa.
Pesquisa registra aumento do uso do DIU
Segundo a autora da pesquisa, Delphine Rahib, as usuárias, principalmente entre 20 e 29 anos, deixam a pílula para utilizar métodos considerados mais eficazes porque não existe o risco de esquecimento, como o DIU, em cobre ou hormonal. O método teve uma alta de quase 10% entre 2010 e 2013 em razão da queda da pílula.
Muitas também voltam a utilizar o preservativo, que tem eficácia comprovada contra infecções sexualmente transmissíveis mas não para evitar uma gravidez. O uso da camisinha praticamente dobrou entre entre mulheres de 20 a 29 anos, entre os anos de 2010 e 2016, segundo o Instituto de Pesquisa. Menos de 5% das francesas não utilizam nenhum método de contracepção.
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