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Um pulo em Paris

Paris tem Nuit Blanche com exposições itinerantes e corrida em museus

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A Noite Branca (Nuit Blanche, em francês) acontece neste sábado (5) em Paris e outras 15 cidades da região metropolitana. O evento chega à sua 18ª edição e tem uma programação inusitada, influenciada pelas preocupações ecológicas do momento.

A parada da Nuit Blanche parisiense vai se inspirar nas festas do norte da França, com desfiles nas ruas da cidade.
A parada da Nuit Blanche parisiense vai se inspirar nas festas do norte da França, com desfiles nas ruas da cidade. Maxime Dufour
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O diretor de teatro e mentor artístico desta edição da Nuit Blanche, Didier Fusillier, vem do norte da França, uma região conhecida por seu Carnaval. Ele aprecia as festas de rua que misturam pessoas de todas as categorias sociais e criam laços coletivos.

Para esta maratona noturna de atividades culturais, ele imaginou um circuito dinâmico, em movimento, e que vai poupar os parisienses das longas filas nas entradas dos museus e monumentos. Com isso, ele também retorna à ideia original do projeto: levar a arte contemporânea para a rua, rompendo com a atmosfera elitista dos museus.

O evento vai começar com uma grande "Parada Artística" de quatro horas de duração, na noite de sábado, entre a Praça da Concórdia e a Bastilha, um corredor urbano emblemático da cidade. Será uma exposição itinerante de instalações criadas por artistas plásticos famosos (Annette Messager, Daniel Buren, Pascale Martine Tayou e o tatuador Tin-Tin, entre outros) em carros alegóricos. Trinta orquestras do mundo todo vão animar o desfile, levando 1.100 artistas e músicos às ruas. Alguns críticos consideram esse aspecto festivo redutor para a compreensão da arte no seu sentido mais nobre, mais intelectual.

Outra atração insólita neste ano é a Grande Travessia dos Museus. Mais de 10.000 pessoas previamente inscritas vão participar de uma corrida pelos corredores de vários museus parisienses, entre eles o Louvre, o Centro Georges Pompidou e o Museu do Homem. As pessoas vão estar vestidas com roupas esportivas.

Dois percursos foram traçados para os visitantes apreciarem obras de arte e monumentos sob um ângulo diferente. Os circuitos vão atravessar cerca de 20 museus, edifícios históricos e monumentos na capital.

Pela primeira vez, a Torre Eiffel fará parte da programação. Um carro alegórico com dois enormes espelhos inclinados, criado pelo famoso pintor, escultor e artista plástico Daniel Buren – conhecido por suas famosas colunas do Palais Royal – vai terminar a noite refletindo a estrutura da torre e prédios vizinhos, formando um quadro efêmero em homenagem a Paris.

No itinerário da "Parada Artística", as pessoas vão literalmente experimentar o trabalho da francesa Vivien Roubaud, que desvia as funções originais de utensílios domésticos e máquinas industriais para transformá-los em obras de arte. Ela vai levar às ruas uma máquina de algodão doce que vai lançar o açúcar a 30 metros de altura, caindo depois como filamentos luminosos comestíveis.

Velódromo luminoso questiona o carro no futuro

A Nuit Blanche vai discutir a questão da poluição, do excesso de carros nas cidades e as novas formas de mobilidade urbana. Também pela primeira vez, uma parte do anel Periférico, que circunda Paris separando a capital da periferia, será transformado num velódromo luminoso e área para pedestres.

Os visitantes vão receber lâmpadas, fitas de Led e Neon na entrada do circuito, que vai se transformar num velódromo luminoso. As pessoas também terão acesso a fones de ouvido gratuitos com música eletrônica ou de meditação. Os participantes vão circular nas pistas esvaziadas de carros, assistindo a uma iluminação especial criada por um grupo de jovens arquitetos (1024 Archicteture).

A proposta é que as pessoas aproveitem esse momento de contemplação, sem carros, trânsito, estresse e poluição, para refletir sobre o futuro dessa via expressa. O anel Periférico de Paris tem uma simbologia social muito forte, porque separa os parisienses da população mais pobre da periferia.

Outras atrações programadas são a instalação de uma floresta tropical habitada por "espíritos de luz", na frente da Fundação Cartier. A obra é assinada pela artista plástica Pascale Marthine Tayou. Já Julien Creuzet fez uma instalação que recorda as plantações de banana destruídas pelo uso excessivo de agrotóxicos nas ilhas francesas do Caribe.

A Nuit Blanche foi concebida há 18 anos pela Prefeitura de Paris, com o objetivo de divulgar a arte contemporânea. Hoje, a manifestação é realizada em outras 34 cidades ao redor do mundo.

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