O presidente russo, Vladimir Putin, desembarca nesta terça-feira (28) em Bruxelas para se reunir com os líderes da União Europeia. A crise na Ucrânia será destaque da agenda, que ainda deve incluir cooperação comercial e econômica, a questão da isenção de vistos e outros temas internacionais.
Nos últimos três meses, a tensão nas relações entre o bloco europeu e Rússia tem crescido por causa da Ucrânia. Em novembro passado, a pressão de Moscou sobre Kiev para não assinar o acordo de cooperação com a União Europeia foi o motivo do distanciamento entre os dois lados.
Duas vezes por ano, a União Europeia e a Rússia se reúnem para discutir questões bilaterais e se sentam à mesa para um tradicional jantar. Porém, desta vez, o bloco europeu cancelou o jantar que teriam com o presidente russo Vladimir Putin. Esse é um gesto que indica o esfriamento das relações.
Diante disso, a visita de Putin a Bruxelas deve se resumir a apenas algumas horas de negociações com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Participam também da reunião a chefe da diplomacia do bloco, Catherine Asthon, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.
Influência geopolítica
A disputa pela influência geopolítica da Ucrânia tem afetado e esfriado as relações entre Bruxelas e Moscou. Putin quer reconstruir parte da influência da Rússia na Europa Oriental. E, sem a Ucrânia, este projeto não consegue avançar. Para a União Europeia, a Ucrânia representa um mercado importante.
Além disso, o país serve de trânsito para o gás comprado da Rússia, o seu maior fornecedor. Já os ucranianos se dividem entre os que querem aderir ao bloco europeu e os que defendem a manutenção da influência russa.
Ouça no programa Linha Direta a análise da correspondente da RFI em Bruxelas, Letícia Fonseca.
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