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"La Folle Journée de Nantes", festival francês de música clássica, começa nesta quarta

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A música clássica invade a cidade de Nantes a partir desta quarta-feira (28), durante o maior festival francês do gênero. “La Folle Journée de Nantes” entra neste ano em sua 21ª edição e mais de 45 mil pessoas devem acompanhar os concertos de 300 artistas de diversas nacionalidades. O tema em 2015 é “Paixões da Alma e do Coração”, e retrata o amor na música do período barroco até o século 20.

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O evento nasceu em 1995 com o objetivo de popularizar e despertar o interesse pela música erudita, muitas vezes reservada a um público elitizado. Mas o festival vai muito além da apresentação de concertos a preços módicos e visa educar os ouvidos menos apurados para identificar e ouvir obras de compositores consagrados. Esse objetivo é considerado essencial, o que levou a organização do "Folle Journée de Nantes" a criar, até mesmo, um Observatório do Público para "medir" o aprendizado desses novos ouvintes.

"Vemos que há uma evolução, uma evolução que aconteceu principalmente depois das mudanças que adotamos em nossa política cultural: transformar o evento e a música clássica em algo acessível a diferentes públicos. Não em termos numéricos, já que vendemos muitas entradas, mas acessível musicalmente para pessoas que não participariam do festival", diz Michèle Guillossou, diretora-geral do evento.

"No ano passado, a idade do público baixou sete anos, e 19% não tinham nem terminado o segundo grau. É isso que buscamos: dividir esse evento e popularizar a música clássica, seduzindo o público que não tem a oportunidade de assistir os espetáculos em salas de concertos mais tradicionais", completa.

A equipe do "Folle Journée de Nantes" também trabalha em projetos de iniciação musical nas escolas públicas, desde o ensino básico, em parceria com o Ministério da Educação francês. As crianças também são levadas aos concertos. Além disso, existem campanhas de sensibilização junto ao público que desconhece a música erudita. Elas entram no ar todos os anos a partir de outubro, e incluem ainda trabalho de educação junto a pessoas idosas e deficientes físicos.

Aventura no Rio acaba por falta de infraestrutura

O sucesso do festival o levou para outras cidades do mundo todo: Tóquio, que recebe os artistas no mês de maio, Varsóvia, Lisboa e Bilbao. "La Folle Journée de Nantes", também chegaram a ter uma versão brasileira entre 2007 e 2010, mas infelizmente não foi possível dar continuidade ao projeto.

Segundo a diretora, a cidade não possuía espaços e salas em número suficiente para receber os concertos. “O Teatro Municipal no Rio criou a possibilidade de realizar o evento durante algum tempo, mas foi insuficiente. Era necessário sair do perímetro do teatro para achar outros espaços. E isso se tornou complicado em uma cidade grande como Rio", explica Michèle Guillossou.

Apesar da aventura brasileira ter durado pouco tempo, o evento conta tradicionalmente com a participação de artistas brasileiros. Um deles é Nelson Freire, um dos responsáveis pela realização do evento no Brasil. "Eu diria que é por ele, e graças a ele, que La Folle Journée de Nantes aconteceu no Rio. Ele tinha muita vontade de levar o evento para seu país. Infelizmente não durou, mas talvez numa outra época?".

Festival revela novos talentos

“La Folle Journée de Nantes” também é um celeiro de novos talentos. Entre alguns músicos consagrados, a diretora cita, por exemplo, o Quatuor Modigliani, Claire Desert e Emmanuel Strosser e a pianista Anne Queffélec. "A Folle Journée possibilitou a esses músicos que se consolidassem como artistas de talento e sobretudo, criassem uma família. É uma verdadeira rede profissional e eles estão sempre muito contentes de se reencontrar durante o evento", conclui.

 

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