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Linha Direta

Para premiê da França, comércio e clima são prioridades na parceria com China

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O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, chegou nesta quinta-feira (29) à China para uma visita oficial de três dias. Essa é sua viagem internacional mais longa, desde que assumiu o cargo e a primeira para um país não-europeu. Junto com uma delegação de executivos franceses, Valls quer reequilibrar a balança comercial, aumentando as exportações da França para a segunda maior economia do mundo. Além de defender o discurso “pró-business”, o premiê tem o difícil objetivo de conseguir avanços nas negociações sobre o clima, de olho na conferência internacional sobre o tema, que Paris abriga em dezembro.  

Os premiês Manuel Valls, Da França (à dir.) e Li Keqiang, da China, passam as tropas em revista neste 29 de janeiro de 2015.
Os premiês Manuel Valls, Da França (à dir.) e Li Keqiang, da China, passam as tropas em revista neste 29 de janeiro de 2015. Reuters/Jason Lee
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Luiza Duarte, correspondente da RFI Brasil em Hong Kong

Nas últimas semanas, o primeiro-ministro francês esteve empenhado em gerar a crise interna, após os atentados terroristas em Paris, mas agora Valls se lança na missão de fortalecer os objetivos internacionais da França: reforçar a parceria comercial com a China e fazer avançar as negociações sobre o clima. O último tema é uma prioridade para a diplomacia francesa, já que Paris recebe no final do ano chefes de Estado de todo o mundo para chegar a um acordo sobre a preservação do planeta, durante a Conferência COP 21.

Valls declarou à imprensa chinesa que a França está mais do que nunca aberta à China, aos seus investidores, estudantes e turistas. Até 2020, cinco milhões de chineses devem visitar a França, enquanto outros 50 mil jovens do país devem passar pelo sistema de ensino francês, nos próximos anos.

Comitiva de peso

Valls desembarcou acompanhado de uma delegação de cerca de cinquenta executivos e políticos. Além do chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, participam da viagem, por exemplo, os diretores-gerais da gigante da aviação Airbus, da empresa de transporte SNCF e ainda das companhias de energia EDF, Areva e GDF Suez.

Na manhã desta quinta-feira Valls visitou uma fábrica da Airbus em Tianjin, cidade a uma centena de quilômetros a leste de Pequim. Na única unidade da empresa fora da Europa e dos Estados Unidos, ele reafirmou a intenção de que as relações comerciais entre França e China sejam reequilibradas, fazendo referência aos obstáculos para exportação de produtos franceses e europeus para o mercado chinês.

A assinatura de cerca de quinze novos contratos com empresas chinesas também estão previstas.

Valls se encontra com seu homólogo chinês, Li Keqiang, e também com o presidente da China, Xi Jinping, na sexta-feira.

A visita, que termina no sábado (31) em Xangai, também encerra as comemorações do aniversário de 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a França e a China comunista.

Clima

Já ficou claro que um sucesso nas negociações da COP21, a conferência internacional sobre o clima, que acontece em dezembro em Paris, depende da colaboração dos chineses. O país é o que mais polui no mundo; regular o aquecimento global sem contar com a China será inviável.

Diante dos dramáticos problemas que os poluentes têm provocado no território chinês desde que assumiu o poder, Xi Jinping declarou guerra à poluição. Mas o caminho para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, regular usinas e agricultura, investir em energia e transporte verdes e ainda sensibilizar os mais de 1 bilhão de chineses para a importância da proteção do meio ambiente, certamente é longo.

O compromisso de redução das emissões de gases assumido pela China em novembro, durante a cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), foi visto pelo governo francês como o primeiro passo nesse sentido.

Valls afirmou que tem a esperança de chegar a um acordo que possa ajudar a preservar o futuro do planeta. Segundo ele, o governo francês espera conseguir que líderes mundiais assinem um ambicioso documento, que vai limitar o aquecimento global em 2º C.

A França quer oferecer aos chineses soluções de urbanismo sustentável e ainda alternativas para lidar com o envelhecimento da população.

 

 

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