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Linha Direta

Premiê britânico quer que Parlamento aprove intervenção militar contra o EI na Síria

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Após os ataques da última sexta-feira  (13), em Paris, o governo do Reino Unido intensificou seus esforços para tentar fazer com que o Parlamento aprove uma intervenção militar contra o Estado Islâmico na Síria.

David Cameron quer intervenção militar na Síria
David Cameron quer intervenção militar na Síria REUTERS/Toby Melville
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente da RFI em Londres

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, já vinha falando há algum tempo sobre a necessidade de o país iniciar ataques aéreos ao Estado Islâmico na Síria. Mas a ideia foi rechaçada pelo Parlamento em uma votação em 2013. O governo do Reino Unido está bastante ciente da ameaça que o Estado Islâmico representa para o país. Alguns dos civis capturados e executados pelos jihadistas no início deste ano eram cidadãos britânicos. E, recentemente, vários britânicos também foram alvo de um ataque em uma praia na Tunísia.

Por isso, já há algum tempo, Cameron vem tentando fazer com que o Parlamento aprove o início de uma ofensiva aérea na Síria. Os atentados em Paris colocaram ainda mais pressão sobre  seu governo para que o assunto seja debatido o quanto antes. O ministro da Defesa, Michael Fallon, começou a dialogar com parlamentares da oposição para tentar conseguir a aprovação da ofensiva na Câmara dos Comuns. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, se recusa a manifestar apoio à ideia do envolvimento do Reino Unido em ataques à Síria, mas muitos parlamentares do mesmo partido já deram a entender que poderão votar a favor dos planos de Cameron.

A líder do Partido Nacional Escocês, Nicola Sturgeon, disse que ainda não está convencida sobre a estratégia de Cameron, mas falou que vai se reunir com ele para saber mais detalhes. O governo ainda não estabeleceu uma data para a votação do assunto no Parlamento, mas analistas acreditam que ela pode acontecer ainda antes do Natal.

Grande crítico da UE na política britânica, Nigel Farage, líder do Ukip (Partido para a Independência do Reino Unido), avaliou negaticamente o discurso de Cameron, assegurando que ele passou mais tempo falando das virtudes do bloco do que de suas desvantagens e que suas demandas não são suficientemente ambiciosas. "Está claro que Cameron não busca nenhuma negociação substancial", declarou à emissora de televisão Sky News.

Reação aos atentados

A reação dos britânicos aos atentados em Paris, como no resto do mundo, foi de choque e de condenação aos ataques. Muitos cidadãos do país estão entre as vítimas fatais e feridos em Paris, e milhares se reuniram para uma vigília na Trafalgar Square no sábado, em solidariedade aos franceses. Na noite de terça-feira, antes do amistoso França x Inglaterra no estádio de Wembley, em Londres, torcedores dos dois lados cantaram juntos o hino francês.

Mas o clima na Grã-Bretanha é de certa tensão. O governo pediu para que os cidadãos estejam em “alerta”, mas sem ficarem “alarmados”. A ministra do Interior, Theresa May, anunciou que os serviços de inteligência vão ganhar um reforço de até 2 mil novos funcionários, enquanto a segurança dos aeroportos deve receber mais recursos financeiros.

O governo britânico confirmou que, só neste ano, os serviços de segurança do país conseguiram evitar sete ataques, inclusive um que teria sido planejado para o mês passado. A polícia revelou também que atualmente existem 600 investigações de contraterrorismo sendo realizadas em todo o Reino Unido.

Apesar do clima, as pessoas retomaram suas vidas normalmente esta semana, lotando o sistema de transporte público e o centro de Londres como sempre.
Na noite de terça-feira, chegou à Escócia o primeiro avião trazendo refugiados sírios, como parte de um programa de ajuda do governo britânico anunciado há alguns meses e que pretende trazer 2 mil refugiados até o Natal.  Existe preocupação com a chegada desses refugiados, mas é importante lembrar que a decisão de trazê-los para o Reino Unido é anterior aos ataques em Paris.

O governo se apressou em vir a público para dizer que apenas as pessoas em condições mais vulneráveis encontradas em campos de refugiados foram autorizadas a vir para solo britânico, e garantiu ainda que todos esses imigrantes estão sendo submetidos a rigorosas verificações de segurança. O Reino Unido espera acomodar até 20 mil refugiados sírios nos próximos cinco anos.

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