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Síria/ Rússia

Rússia admite que mediação de Annan pode ser último passo antes de guerra na Síria

O enviado da ONU e da Liga Árabe para a questão síria, Kofi Annan, buscou neste domingo garantir o apoio da Rússia a seus esforços para pôr fim ao conflito na Síria, onde mais de 8 mil pessoas já foram mortas durante o levante contra o governo. O presidente russo, Dimitri Medvedev, afirmou que a missão Annan é "talvez a última oportunidade" para evitar uma "guerra civil prolongada" na Síria.

O presidente russo, Dimitri Medvedev, e o enviado especial da ONU, Kofi Annan, se reuniram neste domingo para tratar sobre a Síria.
O presidente russo, Dimitri Medvedev, e o enviado especial da ONU, Kofi Annan, se reuniram neste domingo para tratar sobre a Síria. REUTERS/Yekaterina Shtukina/RIA Novosti/Kremlin
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"Vamos dar toda a ajuda possível”, disse Medvedev durante um encontro com Annan em Moscou. Enquanto isso, na Coreia do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, discutiram como apoiar a oposição e concordaram em fornecer uma ajuda "não militar" aos rebeldes sírios, incluindo equipamentos de comunicação e médicos. Os dois governantes, que se encontraram neste domingo em Seul, concordaram que a conferência dos "amigos da Síria", em 1º de abril em Istambul, deve conceder ajuda à insurreição.

Países árabes e ocidentais querem que o presidente sírio, Bachar al-Assad, renuncie ao poder, mas a Rússia, aliada de longa data da Síria, diz que os rebeldes armados também têm de acatar um cessar-fogo e retirar suas forças do conflito.

Em um comunicado antes do encontro com Annan, o governo russo disse que seria difícil garantir o fim da violência "enquanto não for encerrado o apoio político e armado externo dado à oposição". A Rússia acusa o Ocidente de ser parcial e argumenta que o apoio aos rebeldes está alimentando os combates na Síria.

Annan esboçou um plano de paz de seis pontos, o qual inclui um cessar-fogo, a retirada imediata de armas pesadas das áreas residenciais e acesso para ajuda humanitária. Mais de um ano depois do início do levante, a perspectiva de uma paz negociada parece mais remota do que nunca, já que há relatos de confrontos em vários pontos do o país. Mas Rússia e China, que vetaram duas resoluções da ONU de condenação ao governo sírio, apoiaram um comunicado do Conselho de Segurança no início da semana endossando a missão de Annan, que foi secretário-geral da ONU. Depois dos diálogos na Rússia, ele irá à China.

Neste domingo, violentos combates entre militares dissidentes e soldados sírios aconteceram em várias cidades sírias, inclusive a capital Damasco. Pelo menos 21 pessoas morreram, conforme o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

A organização Human Rights Watch acusa o Exercito de usar civis como escudo nas operações de prisão, perseguição e ataque às cidades. A denúncia é baseada no testemunho de diversos civis ouvidos pela ONG. Ontem, 46 pessoas morreram na Síria em decorrência do confronto.
 

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