Promotor acusa Pistorius de humilhar sua ex-namorada

Na audiência desta quinta-feira (10), o promotor Gerrie Nell tentou demonstrar ao júri do tribunal de Pretória que o campeão paralímpico sul-africano Oscar Pistorius era um homem egoísta que frequentemente humilhava sua namorada Reeva Steenkamp, morta em fevereiro de 2013.

O procurador Gerrie Nel, durante o processo de Oscar Pistorius.. REUTERS/Siphiwe Sibeko

Ao se referir às brigas do casal através de mensagens por telefone celular, o procurador quis provar que Pistorius se interessava principalmente por sua própria imagem. Segundo Nell, o atleta pedia, muitas vezes em público, para sua namorada não mascar chicletes, evitar tocar seu pescoço e até disfarçar seu sotaque.

"Faça isso, faça aquilo... o que era importante para ela não tinha importância para ele", disse o procurador, lembrando que os dois se conheceram apenas três meses antes. "Ela fazia de tudo para fazer você feliz, deixar Oscar feliz", afirmou Gerrie Nell ao se dirigir ao atleta e depois ao júri.

Pistorius respondeu que por estar constantemente no foco da mídia, procurava dar conselhos à namorada para que ela não cometesse algumas gafes publicamente.

Sangue frio

O atleta paralímpico se manteve calmo durante toda a audiência, a segunda em que respondeu a perguntas do promotor, que o acusa de premeditar o assassinato de sua namorada. Pistorius chegou a irritar várias vezes o procurador ao dizer que não se lembrava de momentos e fatos considerados cruciais para a acusação.

Oscar Pistorius também chamou de mentirosos sua ex-namorada Samantha Taylor e seu amigo Darren Fresco. Eles afirmaram em depoimento que, em setembro de 2012, Pistorius atirou do capô de um carro após terem passado por uma blitz policial. O atleta também acusou os policiais de terem revirado seu quarto após o assassinato.

Pistorius, de 27 anos, alega que atirou na sua namorada por engano, ao confundí-la com um ladrão.