Mulheres são vítimas de agressões sexuais em Hong Kong, diz Anistia
Mulheres que participam das manifestações pró-democracia em Hong Kong foram vítimas de agressões sexuais e assédio, denunciaram neste sábado (4) manifestantes e a Anistia Internacional. A associação de jornalistas estrangeiros em Hong Kong também denunciou agressões a cinco jornalistas.
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A Anistia acusou policiais de faltar com seu dever de proteger os manifestantes na noite de sexta-feira, afirmando que os agentes não fizeram nada quando supostos membros da Tríada, a máfia chinesa, atacaram os ativistas nos bairros de Mongkok e Causeway Bay. "Mulheres e meninas foram alvos de agressões sexuais, assédio e intimidação", declarou a ONG de defesa dos direitos humanos.
A polícia diz que está averiguando as acusações. O ministro de Segurança de Hong Kong negou enfaticamente que o governo tenha recorrido à Tríada para agir contra os manifestantes. Ele também informou que 19 pessoas foram detidas depois dos protestos de sexta-feira.
Violência
A tensão cresceu após seis dias de fortes manifestações. Moradores e comerciantes estão exasperados com a ocupação de três áreas da cidade e passaram a agredir os militantes. Aumenta a pressão para por fim ao movimento pacífico dos jovens, mas eles continuam reivindicando eleições livres e garantias da não-ingerência de Pequim nos assuntos locais.
Na sexta-feira, em Causeway Bay e Mong Kok, vários grupos tentaram derrubar barricadas erguidas pelos manifestantes, sem que as forças de segurança tenham agido para impedir, constatou a AFP. Durante horas, os dois lados trocaram socos e insultos. Os serviços de saúde atenderam várias pessoas com ferimentos no rosto, mas a polícia se negou a informar o número de feridos e detidos.
Os manifestantes reforçaram as barricadas por temer que se repitam os confrontos da véspera. Eles estimam que os episódios de violência são provocações orquestradas pelas autoridades.
Diálogo suspenso
Na sexta-feira, após os incidentes, os líderes estudantis do protesto anunciaram a suspensão do diálogo com o governo.
Hong Kong, ex-colônia britânica, enfrenta a sua maior crise política desde a devolução à China, em 1997. A "revolução dos guarda-chuvas", como é chamada nas redes sociais, tem uma grande repercussão no exterior.
De acordo com associações de defesa dos direitos humanos, o Partido Comunista Chinês intensificou a censura nas redes sociais e deteve pelo menos dez dissidentes, que expressaram apoio aos manifestantes de Hong Kong.
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