Acessar o conteúdo principal
Egito/Acidente

Especialista francês não descarta atentado com avião da Rússia

O especialista francês em aviação civil Gérard Feldzer considera que ainda é cedo para descartar a hipótese de um atentado terrorista na queda de um avião russo neste sábado (31), na península do Sinai, no Egito. As 224 pessoas que estavam a bordo, a grande maioria turistas russos, morreram na tragédia. O avião caiu cerca de 20 minutos depois de decolar, às 5h51 no horário local, do aeroporto de Sharm el-Sheikh em direção a São Petersburgo, na Rússia.

Acidente com voo MH17 da Malaysia Airlines (foto), abatido na Ucrânia, alimenta desconfiança de especialistas sobre eventual atentado com avião da companhia russa Kogalymavia.
Acidente com voo MH17 da Malaysia Airlines (foto), abatido na Ucrânia, alimenta desconfiança de especialistas sobre eventual atentado com avião da companhia russa Kogalymavia. REUTERS/Michael Kooren
Publicidade

O avião da companhia russa Kogalymavia, também conhecida pela marca Metrojet, transportava 217 passageiros, sendo 214 russos e três ucranianos, além de sete tripulantes. Entre os 217 passageiros, havia 138 mulheres e 17 crianças.

Segundo o último registro da aviação civil egípcia, o aparelho voava a 9.144 metros de altura quando desapareceu dos radares. Informações extraoficiais indicam que o piloto teria pedido autorização para mudar de rota e realizar um pouso de emergência.

O braço egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirmou em uma conta no Twitter ser responsável pelo acidente. No entanto, autoridades egípcias indicam que os primeiros elementos das investigações apontam para problemas técnicos no voo 9268.

Precedente na Ucrânia

As autoridades egípcias alegam que os grupos terroristas atuantes no Sinai não dispõem de mísseis de longo alcance capazes de abater um avião em elevada altitude. Mas na mensagem publicada no Twitter, o grupo ultrarradical diz que "soldados do Califado conseguiram derrubar um avião russo na província do Sinai com 220 'cristãos' e todos morreram".

O grupo extremista declara que agiu em represália à intervenção militar da Rússia na Síria. A reivindicação pode ser verdadeira ou um blefe da organização terrorista, que trata com habilidade a propaganda nas redes sociais.

Segundo Gérard Feldzer, o Airbus pode ter sido atingido por um foguete de médio alcance durante a decolagem, e a avaria só teria provocado problemas minutos mais tarde. Outra hipótese que não pode ser excluída, segundo o especialista francês, é a de explosão de uma bomba dentro do avião. O aparelho se partiu ao meio e ficou totalmente destruído.

O caso do voo MH 17 da Malaysia Airlines, derrubado por um míssil russo na Ucrânia, em julho de 2014, quando voava em altitude de cruzeiro, reforça o sentimento de desconfiança. A queda brusca do avião deixou 298 mortos.

As autoridades egípcias já resgataram uma das duas duas caixas-pretas do Airbus russo, a que contém os dados do voo.

Cerca de cem corpos foram retirados dos destroços até o início da tarde. Vários passageiros estavam em seus assentos com os cintos de segurança afivelados. Os corpos serão transportados para a cidade do Cairo.

Investigações

O presidente russo, Vladimir Putin, informou que enviará reforços ao local para ajudar nas investigações. Putin decretou dia de luto nacional neste domingo, na Rússia, em homenagem às vítimas da catástrofe.

O Comitê de Investigação russo anunciou a abertura de um inquérito para averiguar eventuais violações às regras de segurança aérea. O ministro dos Transportes russo, Maxime Sokolov, disse que a companhia aérea será minuciosamente investigada.

A Kogalymavia foi criada em 1993 e possui as autorizações de voo requeridas pelas autoridades. O Airbus acidentado realizou seu primeiro voo em 1997.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.