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Rússia/Egito

Investigações sobre queda de avião russo avançam e buscas são estendidas

Acidente ou atentado? As investigações foram iniciadas neste domingo (1°) para determinar as causas da queda do avião que transportava turistas russos no deserto do Sinai egípcio. O o perímetro das buscas foi estendido para encontrar os corpos dos 224 ocupantes. A Rússia declarou um dia de luto nacional e abriu uma investigação contra o operador turístico.

Destroços do avião no Egito
Destroços do avião no Egito REUTERS/Stringer
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As autoridades egípcias anunciaram no sábado (31)  ter encontrado destroços e vários corpos em um perímetro que se estende ao longo de 8 km, o que, segundo especialistas, indica a priori que o Airbus A321-200 da companhia russa Metrojet não tocou o solo inteiro, mas se deslocou ou explodiu ainda em voo.

O raio das buscas foi estendido neste domingo para 15 km, segundo um oficial militar envolvido nas operações a partir de uma base militar em Al-Hassana, no centro da província do Norte do Sinai, a cerca de 60 km do local da queda.

De acordo com esse oficial, que pediu para não ser identificado, 163 corpos foram encontrados dos 217 passageiros e sete tripulantes. "Nós encontramos o corpo de uma menina de 3 anos a 8 km de onde a maior parte dos destroços do avião caiu", informou.

O avião decolou na madrugada de sábado do resort de Sharm el-Sheikh e seguia para São Petersburgo. O contato com a aeronave foi perdido 23 minutos depois, quando o aparelho estava a mais de 30 mil pés, altitude de cruzeiro (mais de 9 mil metros).

Investigação na Rússia

Mais de 24 horas depois, subsistem as dúvidas quanto às causas do acidente, mesmo que os governos egípcio e russo contestem a reivindicação pelo ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Os insurgentes deste grupo, que se autodenomina Província Sinai, asseguraram no sábado que "derrubaram" o avião russo, sem especificar como, em resposta aos ataques russos na Síria. Eles são muito ativos no norte do Sinai, seu principal reduto.

Ainda no sábado, o governo egípcio anunciou que as duas caixas-pretas da aeronave haviam sido encontradas e que vão passar por análise. Neste domingo de manhã, investigadores russos e egípcios chegaram na companhia do ministro russo dos Transportes, Maxim Sokolov, de helicóptero no local da tragédia. Enquanto isso, centenas de equipes de resgate russas pegaram a estrada para participar das operações.

Um inquérito foi aberto na Rússia e as instalações da empresa e do operador turístico foram revistadas. Investigadores da França e da Alemanha também são esperados neste domingo no Egito, um procedimento padrão para todos os incidentes envolvendo um Airbus, uma vez que os dois países são os principais membros do consórcio europeu que fabrica o modelo.

Dezessete crianças estavam a bordo, e todos os ocupantes eram russos, com exceção de três ucranianos, de acordo com o governo egípcio. Na Rússia, assim como no Egito, as bandeiras foram hasteadas a meio mastro nos edifícios públicos. E, de acordo com um decreto do presidente Vladimir Putin, todos os programas televisivos de entretenimento foram cancelados.

Sobrevoo do Sinai em questão

Sokolov rejeitou no sábado a reivindicação do EI, afirmando que os egípcios "não possuem qualquer informação que possa confirmar essas insinuações".

O primeiro-ministro egípcio, Ismail Sharif, também tem privilegiado a hipótese de um acidente, dizendo que um avião a 30 mil pés não poderia ser atingido por um foguete ou míssil do tipo que os insurgentes possuem.

Mas especialistas entrevistados pela AFP não excluem, antes de as caixas-pretas serem analisadas, que uma bomba possa ter explodido a bordo ou que o avião possa ter sido atingido enquanto descia, por uma razão técnica ou outra, por um míssil ou um foguete disparado a partir do solo.

Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, Lufthansa e Emirates, anunciaram que não vão sobrevoar o Sinai "até novo aviso", por "medida de segurança", e enquanto aguardam os resultados das investigações.

O turismo, um dos pilares da economia do país dos faraós, está fragilizado desde a revolta popular de 2011 que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak. No entanto, as estações balneárias do Mar Vermelho, especialmente Sharm el-Sheikh, continuam a ser um destino importante, frequentado principalmente por russos e turistas do leste europeu.

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