Governo sírio aprova trégua proposta por EUA e Rússia
O governo da Síria aprovou o acordo de trégua alcançado pela Rússia e Estados Unidos, informou a agência de notícias oficial Sana neste sábado (10). O plano, que deve entrar em vigor na segunda-feira (12), foi recebido com reservas pela oposição síria. Paralelamente, ataques em Idlib mataram pelo menos 24 pessoas.
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Os chefes da diplomacia americana, John Kerry, e russa, Serguei Lavrov, cujos países apoiam campos adversários no conflito que já dura cinco anos, anunciaram na sexta-feira (9) o acordo que pode levar a uma cooperação inédita contra os jihadistas.
"O governo sírio aprovou o acordo Rússia-EUA, no qual um dos objetivos é encontrar uma solução política para a crise da Síria", indicou a agência síria oficial de informações, afirmando que "fará um cessar das hostilidades na cidade de Aleppo por razões humanitárias".
O acordo prevê, principalmente, o fim das hostilidades no conjunto das frentes entre o regime e os rebeldes, sobretudo em Aleppo. O texto inclui a "desmilitarização" da estrada de Castello, ao norte de Aleppo, que constituía uma antiga via de abastecimento para os rebeldes antes de o regime retomar o controle da mesma em 17 de julho e cercar a cidade. O acordo estipula que a ajuda humanitária chegará à cidade através dessa estrada.
Bassma Kodmani, membro da oposição, se mostrou prudente diante do anúncio do acordo, que poderia desembocar em uma colaboração militar inédita entre os Estados Unidos e a Rússia contra os extremistas.
Ataques aéreos em áreas rebeldes matam 24 pessoas
Ataques aéreos que atingiram um shopping e áreas controladas pelos rebeldes ao noroeste da cidade de Idlib e mataram 24 pessoas neste sábado (10). Não ficou imediatamente claro quem comandou os ataques, que também atingiram inúmeros bairros em Idlib e feriram pelo menos 90 pessoas, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
A ONG, com sede na Grã-Bretanha, não conseguiu confirmar quantas vítimas eram civis e informou que alguns corpos "foram queimados até ficarem irreconhecíveis".
Se a trégua negociada entre americanos e russos começar na segunda-feira, ela vai coincidir com o Aïd el-Adha, a grande festa do sacrifício.
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